segunda-feira, 27 de maio de 2013

Incorporação de novas tecnologias em tomografia computadorizada Em 1998, foi iniciada a comercialização dos aparelhos de tomografia computadorizada “multislice”. Esses aparelhos permitiram inúmeros avanços e possibilidades diagnósticas em tomografia computadorizada. Em 1998, foi iniciada a comercialização dos aparelhos de tomografia computadorizada “multislice” ou multidetectores com aparelhos de quatro fileiras de detectores, e desde então essa nova tecnologia recebeu total aceitação médica. Sucessivamente foram-se disponibilizando comercialmente aparelhos com 8, 10, 16 e, recentemente, 32 e 64 fileiras de detectores e já se anunciam equipamentos com mais de 300 detectores. Esses aparelhos, juntamente com os conhecimentos adquiridos no pós-processamento de imagens, permitiram inúmeros avanços e possibilidades diagnósticas em tomografia computadorizada. Áreas que nunca foram adequadamente examinadas por tomografia computadorizada, como o coração, puderam ser analisadas por essa técnica, que continua se aprimorando, permitindo cada vez mais a avaliação não apenas anatômica como também funcional. As aplicações atuais da angiotomografia são inúmeras nas diferentes áreas, como a angiotomografia cerebral e abdominal. A angiotomografia, nas afecções abdominais, tem-se mostrado importante instrumento no planejamento pré-operatório de transplantes e tumores hepáticos, pancreáticos e renais, permitindo o adequado mapeamento das artérias e veias, bem como a avaliação de sua invasão nos casos de tumores. Porém, mais do que todas as aplicações já estabelecidas e as que estão se desenvolvendo nos tomógrafos multidetectores, essa tecnologia impõe uma revolução no fluxo de trabalho e na dinâmica do serviço onde o aparelho está sendo implantado. A adequação operacional à essa tecnologia é fundamental para o seu funcionamento e essa adequação envolve desde o processo de visualização das imagens adquiridas, o arquivamento a curto e longo prazos dos exames, a documentação e transferência das imagens para o médico solicitante do exame. As estações de trabalho (“workstation”) não são mais consideradas um console acessório, mas um instrumento fundamental na transformação da imagem axial para a imagem volumétrica, que pode ser apresentada com reconstruções multiplanares (coronais e sagitais), tridimensionais com nomes que ainda não foram incorporados ao vocabulário português, como o “volume rendering”, o MIP (“maximum intensity projection”) e o MinIP “minimum intensity projection”). A cada exame é gerado um grande número de imagens, dependendo do protocolo utilizado. Por exemplo, num estudo do pâncreas com colimação de 1,25 mm, em duas fases – arterial e venosa – são geradas entre 400 e 500 imagens. As estações de trabalho devem ser robustas o suficiente para a manipulação desse volume de informação. Além disso, elas devem estar disponíveis em um número suficiente para atender os radiologistas do serviço. Nós, radiologistas, fomos treinados por anos a visualizar imagens em filmes, e essa transição para a visualização das imagens nos monitores demanda um período de adaptação. O armazenamento do exame é outro aspecto complexo, uma vez que cada estudo tem um tamanho que varia entre 350 megabytes a 1 gigabyte e deve estar disponível para acesso e comparação com exames a serem futuramente realizados e também para a utilização em estudos científicos. Torna-se necessária a presença de servidor com capacidade de armazenamento de alguns terabytes, interligado às estações de trabalho e ao tomógrafo “multislice” por meio de uma rede que permita o rápido trânsito das informações. É fundamental podermos contar com uma equipe de apoio com engenheiros clínicos e profissionais de informática para a resolução dos problemas, apresentando as soluções mais adequadas para os diferentes problemas. O médico solicitante do exame precisa ter acesso ao exame. Nos hospitais que possuem PACS (Picture Achiving and Communication Systems”) integrado ao RIS (Radiological Information System”) e ao HIS (“Hospital Information System”), essa transferência de dados é facilitada, porém, essa solução, em nosso meio, está restrita a alguns centros. Outro ponto a ser discutido é a que parte do exame o médico solicitante terá acesso: a todas as imagens adquiridas originalmente (que pode ultrapassar 1.000 imagens) ou apenas a algumas imagens selecionadas e reconstruções multiplanares e tridimensionais. Parece-nos que essa última opção seja mais adequada, uma vez que a visualização de todas as imagens adquiridas originalmente irá, certamente, demandar um tempo demasiadamente longo para a observação. Essas imagens podem ser gravadas em CDs, porém em muitas situações os médicos ainda preferem o recebimento de filmes. Outro fator fundamental é o planejamento dos protocolos dos exames a serem realizados, procurando a adequação dos protocolos à suspeita clínica. É importante lembrarmos que nem sempre o protocolo com colimações mais finas é o melhor para todos os pacientes Além disso, a utilização do meio de contraste iodado e fatores como velocidade de injeção e tempo para início da aquisição das imagens após a sua injeção devem ser reavaliados frente às características do novo aparelho. Os tomógrafos multidetectores, sem dúvida nenhuma, proporcionaram um número muito grande de novas aplicações para a tomografia e melhora significativa nas aplicações já existentes, mas também uma outra revolução no fluxo de trabalho do serviço de tomografia computadorizada. A adequação desse fluxo de trabalho é fundamental para a melhor relação custo/benefício dessa nova tecnologia. Autora: Eloísa M.M. Santiago Gebrin, diretora do Serviço de Tomografia Computadorizada do InRad - FMUSP Fonte: INRAD News
Molécula à base de proteína do leite materno mata células cancerosas HAMLET tem se mostrado seguro e eficaz, uma vez que só ataca as células tumorais, deixando as células humanas saudáveis intactas Cientistas da Nanyang Technological University, em Cingapura e da Universidade de Lund, na Suécia, desenvolveram uma nova molécula capaz de matar células cancerosas. A molécula é baseada em uma proteína natural presente no leite materno humano, que tem sua capacidade de matar tumor ampliada quando se liga a determinados lipídeos. Lipídeos são moléculas orgânicas, como aminoácidos e carboidratos, constituídos de carbono e hidrogênio, e ajudam a armazenar energia e a formar as membranas biológicas. O complexo molecular proteico-lipídico é conhecido como HAMLET e tem se mostrado seguro e eficaz, uma vez que só ataca as células tumorais, deixando as células humanas saudáveis intactas. HAMLET foi recentemente eficaz em suprimir com sucesso o câncer de cólon em ratos de laboratório. Os cientistas também identificaram e isolaram, com sucesso, componentes específicos de Hamlet que têm a capacidade de matar tumores. Os peptídeos são aminoácidos de cadeia curta vulgarmente encontrados no corpo humano. Os resultados foram publicados na revista PLoS ONE. A equipe, liderada por Catharina Svanborg, descobriu que ratos de laboratório geneticamente modificados para desenvolver câncer de cólon, foram protegidos em grande parte, quando alimentados com água e HAMLET. Os dados sugerem que o composto consegue matar células tumorais emergentes de forma mais rápida do que estas células podem crescer e se proliferar. Sobre o novo conceito de uma versão sintética da molécula, a equipe afirma que ao estudar a proteína original, vão continuar a identificar os principais componentes para fazer um peptídeo sintético, tornando as propriedades de HAMLET ainda mais resistentes do que o complexo da proteína original. "A construção sintética dos componentes principais ajuda o peptídeo a ser muito mais resistente e a 'sobreviver' em diferentes ambientes, tais como no corpo humano ou água potável, que é um meio de entrega ideal, antes de atingir o alvo tumoral", afirmam os pesquisadores. A capacidade de recriar HAMLET em forma sintética abre possibilidades de transformá-lo em uma droga para matar tumores. Os próximos passos incluem testar HAMLET como um agente terapêutico e preventivo de câncer de cólon, especialmente em famílias com predisposição genética, onde as opções de prevenção são limitadas. "Depois de completar os vários ensaios clínicos, esperamos desenvolver um produto comercialmente disponível para uso dos médicos para o tratamento do câncer nos próximos cinco a dez anos", concluem os autores. Fonte: Isaude.net

Aplicativo transforma celular em sensor portátil para detectar vírus e bactérias

Aplicativo transforma celular em sensor portátil para detectar vírus e bactérias Sistema usa câmera e processamento do celular e pode fornecer diagnóstico imediato e de baixo custo em países em desenvolvimento. Pesquisadores da Universidade de Illinois, nos EUA, desenvolveram uma embalagem e um aplicativo que usa a câmera embutida e o poder de processamento de smartphones como biossensor para detectar toxinas, proteínas, bactérias, vírus e outras moléculas. Tais capacidades sensíveis de biossensoriamento poderiam mapear a propagação de patógenos, ou fornecer testes diagnósticos médicos imediatos e de baixo custo em clínicas de campo. "Nós estamos interessados em biodetecção que precisa ser realizada fora do laboratório. Smartphones estão tendo um grande impacto em nossa sociedade, na nossa forma de obter nossas informações e na forma como nos comunicamos. E eles têm capacidade de computação e imagem realmente poderosas. Um grande número de condições médicas pode ser monitorado de forma mais barata e não invasiva usando plataformas móveis como telefones. Eles podem detectar coisas moleculares, como patógenos, biomarcadores de doenças ou de DNA, que são atualmente detectadas apenas em grandes laboratórios de diagnóstico com muita despesa e grandes volumes de sangue", afirma o líder da pesquisa Brian Cunningham. O suporte em forma de cunha contém uma série de componentes ópticos - lentes e filtros - encontrados em dispositivos de laboratório muito maiores e mais caros. A embalagem mantém a câmera do telefone em alinhamento com os componentes ópticos. No coração do biossensor está um cristal fotônico, que atua como um espelho que reflete apenas um comprimento de onda de luz, enquanto o resto do espectro atravessa. Quando nada biológica chega ao cristal fotônico - tais como proteínas, células, microrganismos patogênicos ou DNA - a cor refletida irá mudar de um comprimento de onda mais curto, para um comprimento de onda maior. Todo o teste leva apenas alguns minutos, o aplicativo orienta o usuário através do processo passo a passo. Segundo os pesquisadores, o dispositivo não é só portátil, mas também acessível para o trabalho de campo nos países em desenvolvimento. Em um artigo publicado no jornal Lab on a Chip, a equipe demonstrou a detecção de uma proteína do sistema imunológico, mas o protótipo pode ser preparado para qualquer tipo de molécula biológica ou tipo de célula. Os pesquisadores estão trabalhando para melhorar o processo de fabricação para a embalagem do iPhone e estão trabalhando em uma embalagem para celulares com Android também. Fonte: Isaude.net