O objetivo desse blogger é colocar a disposição informações da área médica,técnica e cientifica,bem como informações históricas,atualidades e curiosidades.
terça-feira, 31 de maio de 2011
1º ENCONTRO DE TÉCNICOS EM RADIOLOGIA DE ALAGOINHAS
1º ENCONTRO DE TÉCNICOS EM RADIOLOGIA DE ALAGOINHAS
DATA: 09/07/2011
O PROFISSIONAL DAS TÉCNICAS RADIOLÓGICAS E SUA IMPORTÂNCIA PARA A
SOCIEDADE. Profª. Maria Socorro ( Diretora)
RELACIONAMENTO INTERPESSOAL X O PROFISSIONAL DAS TÉCNICAS
RADIOLÓGICAS. Consultora Deyse Santiago
A RADIOLOGIA ASSOCIADA À UNIDADE EMERGENCIAL. Dr.Luiz Marques
AS DIRETRIZES DA PROTEÇÃO RADIOLÓGICA. TR Joselina Cerqueira
IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO ANATÔMICO PELO PROFISSIONAL DE
DIAGNOSTICO EM IMAGEM. Dra. Adriana Varjão
MICROBIOTA ASSOCIADA AO CHASSI DO RAIO-X EM PACIENTE DE ISOLAMENTO.
TR Romildo Santos ( Biomédico)
A IMPORTÂNCIA DAS LINHAS NO POSICIONAMENTO DO PACIENTE.
TR Profª. Valmira Souza
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E SUAS APLICAÇÕES NO DIAGNOSTICO DO
ABDÔMEN. TR Elizeu Mendes
O PROFISSIONAL DAS TÉCNICAS RADIOLÓGICAS COMO COLABORADOR NO SUPORTE BÁSICO DA VIDA. Enfª. Engracia Figueiredo
A HUMANIZAÇÃO COMO POLÍTICA NO PROCESSO DE TRABALHO DOS
PROFISSIONAIS EM RADIOLOGIA. Dr. Gustavo Guerra
CARGA HORARIA DE 8:00h
INVESTIMENTO R$ 20,00
INSCRIÇÕES NA ESCOLA CETASS
CONTATO: (75) 3421-5106 / 3423-0977
e-mail:escola.cetas@hotmail.com / lucarlosan@hotmail.com
Endereço do Local do evento:
Pc Barão do Rio Branco ( Antigo Colégio Jurilda Santana)
Ao lado do antigo SENAI
Alagoinhas - BA
Inscrições na escola CETASS
Investimento
R$ 20,00
CETASS – Centro Tecnológico de Aprendizagem Sião Santana
1º ENCONTRO DE TÉCNICOS EM RADIOLOGIA DE ALAGOINHAS
Tema: O profissional das técnicas radiológicas...E seu compromisso com a vida.
Mensagem da Comissão Organizadora
No dia 09 de julho de 2011 acontecerá o 1º Encontro de Técnicos em Radiologia.
Qualidade profissional e compromisso com a vida, são a tônica que marcarão o evento dos profissionais das técnicas radiológicas .
O Centro Tecnológico de Aprendizagem Sião Santana, com dependências totalmente reestruturadas e modernizadas,sediará esse importante encontro.
Nele teremos um ambiente propício para o aprimoramento técnico-científico com o intercâmbio de conhecimentos.
O evento contará com o brilhantismo de grandes profissionais médicos ,bem como de professores das técnicas radiológicas, de Alagoinhas e região com elevadíssimo conhecimento radiológico.
A direção da escola CETASS e a comissão organizadora se desdobrará em esforços para superar as suas expectativas e fazer desse, o que será um evento inesquecível.
Um grande abraço e aguardamos você e sua equipe.
Comissão Organizadora.
Um abraço, Luiz Santana.
http://tecradiologiasantana.blogspot.com
"Meu interesse está no futuro porque
é lá que vou passar o resto da minha vida."
Utilização da Terminologia Anatômica
Utilização da Terminologia Anatômica
crânioSabemos que a área da saúde apresenta uma linguagem própria. Pessoas que escutam profissionais da área conversando não compreendem nada. Alguns amigos relatam que conversamos em código, para que o paciente não saiba o que se passa. Claro, são comentários leigos. Nossa terminologia possui embasamento secular. Foi padronizada, permitindo a comunicação clara entre profissionais de diversas partes do mundo. A base da linguagem empregada ao corpo humano está na Anatomia. Uma disciplina básica do currículo da saúde estuda por todos os profissionais que decidiram se embrenhar na área . Entretanto, percebemos que a resistência na utilização da terminologia oficial é grande. Muitos profissionais não se atualizam. Os motivos para isso são muitos, como: falta de tempo, falta de informação, comodismo ou até mesmo “sempre me fiz assim, porque mudar? o termo correto é apenas um detalhe!”. Bem amigos, acho oportuno dizer que profissionais se diferenciam dos demais por detalhes. Ou melhor, aproveitarei para relembrar uma passagem triste “Perdemos o jogo para Holanda por detalhes”. Detalhes são fundamentais, nos diferenciam no mercado extremamente competitivo. Por isso resolvi postar esse assunto, e levá-los a uma reflexão maior sobre isso.Muitos clínicos utilizam os consagrados e epônimos. Nomes próprios empregados para denominar estruturas do corpo humano. Conhecemos diversos, não apenas os profissionais da saúde, mas em geral. Quem nunca ouviu: “Estou com dor no meu tendão de Aquiles!”.
Alguns são extremamente conhecidos, outros, entretanto, são conhecidos apenas por seus especialistas: Anel de Zinn, Canal de Hunter, Ducto de Wirsung e Círculo de Willis. São alguns termos muito utilizados por especialistas.
Atualmente, no ensino da Anatomia, os epônimos ficaram de lado, devido à uma determinação do Comitê Internacional de Nomenclatura Anatômica, em 1955, proibindo a utilização dos epônimos na nomenclatura macroscópica.
A proibição dos epônimos facilitou a comunicação. Uma estrutura anatômica as vezes tinha diversos epônimos relacionados. Mas, a proibição enfraqueceu a tradição histórica ou a busca por cultura. Vou citar o exemplo do tendão de “Aquiles”.
Aquiles foi um guerreiro, personagem forte na guerra de Tróia. Sua mãe a ninfa Tetis tentou torná-lo imortal. Levou Aquiles para o rio Estige (um dos rios de Hades, o rio da imortalidade). Mas, Tetis mergulhou o Aquiles segurando-o pelo calcanhar, e essa área não entrou em contato com o rio, tornando-se o ponto fraco de Aquiles.
A utilização de epônimos valoriza o histórico, ou premiava o descobridor e descritor da estrutura anatômica. A argumentação forte que retirou os epônimos foi à imprecisão científica. Vejam o termo: Trompa de Eustachio, não quer dizer nada! Não é informativo, descritivo, é muito mais adequado utilizar tuba auditiva, que pelo nome nos dá idéia de sua localização.
A terminologia prioriza termos que indicam forma, localização e posição, facilitando sua memorização e aplicação.
Bom se esse foi o único problema. É certo que muitos profissionais utilizam os epônimos e não vão parar de utilizar. O problema se agrava quando o termo anatômico é utilizado de maneira incorreta.
Na Radiologia é muito comum essa máxima: “Vamos realizar agora cortes axiais”. O termo axial vem de axis, do latim eixo. Todos os cortes são realizados sobre um eixo. O corte sagital é realizado sob o eixo transversal. O corte frontal (coronal) é realizado sob o eixo sagital. O corte horizontal (transversal) é realizado sob o eixo longitudinal. Portanto, todos os cortes são axiais!
Outros termos, detalhes, como diriam os meus alunos são: vértebras dorsais. Alguns relatam: “professor a coluna dorsal da paciente estava um terror!”. Vamos analisar terminologicamente essa frase.
O aluno se referiu à coluna vertebral. Frequentemente profissionais utilizarem: coluna cervical, coluna torácica e coluna lombar. Terminologicamente, coluna vertebral nós só temos uma, dividida em partes. Relatar coluna cervical, torácica e lombar, nos passa a impressão de termos três colunas e não uma. O correto é partes cervical, torácica e lombar da coluna vertebral.
Continuamos a análise, pois o pior está por vir. O aluno referiu coluna DORSAL. Utilizou o termo dorsal como sinônimo de torácico. O dorso é a região posterior do tronco, sua parte óssea é a coluna vertebral. Portanto, todas as vértebras estão no dorso, sendo assim, todas as vértebras são dorsais. Esse termo não pode ser utilizado como sinônimo.
Os exemplos não param por ai. São muitos, como: abdômen (o correto pela terminologia é abdome), grandes lábios (certo: lábios maiores, com o adjetivo depois do substantivo), bacia como sinônimo de pelve ou utilizar o termo quadril. Quadril se restringe a articulação entre a cabeça do fêmur e o acetábulo, e a pelve a região inferior do tronco, formada pelos ossos do quadril, sacro e cóccix.
Não vou me estender mais, o assunto seria longo demais. Vou indicar duas literaturas para vocês que buscam um diferencial pesquisarem:
- Fernandes, G.J.M. Eponímia: glossários de termos epônimos em anatomia e Etimologia: dicionário etimológico da nomenclatura anatômica.1ªed. Plêiade:SP, 1999.
- Terminologia Anatômica. SBA – Sociedade Brasileira de Anatomia. Manole:SP, 2001.
Pesquisem, reflitam, questionem. Utilizem o detalhe como diferencial.
Fonte: Portal da Radiologia
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Recentemente aprovada pelo FDA (órgão governamental que regula remédios, procedimentos, equipamentos e alimentos nos Estados Unidos), a mamografia tomográfica — ou tomossíntese — é capaz de aumentar ainda mais a detecção precoce do câncer de mama, em relação à mamografia digital.
No Brasil, o exame vem sendo realizado há um ano, porém ainda em poucos centros de diagnóstico. O primeiro equipamento instalado na América do Sul já permitiu que a avaliação dos resultados dos 818 exames realizados entre maio e dezembro de 2010 fosse apresentada pelo médico radiologista Aron Belfer no Congresso Europeu de Radiologia, em Viena (Áustria). Segundo o resultado, houve um aumento de 12% na detecção da doença.
“Um dos grandes avanços para a detecção precoce do câncer de mama, aliado à mamografia digital, é a mamografia tomográfica. Ela é muito semelhante à mamografia convencional e é feita no mesmo tipo de mamógrafo, fazendo com que a mama permaneça comprimida por mais alguns segundos e fornecendo então essas imagens tomográficas”, diz Belfer.
De acordo com a doutora Vivian Schivartche, especialista no diagnóstico da mama, alguns estudos apontam que a mamografia por tomossíntese detecta entre 7% e 17% mais câncer de mama que a mamografia convencional. Na opinião da médica, a vantagem dessa nova técnica é que ela possibilita enxergar o câncer numa fase muito precoce e em mamas densas e heterogêneas, que são difíceis para a mamografia convencional.
“Diagnosticar precocemente significa tumores menores de um centímetro. Na mamografia tradicional, dependendo da densidade da mama, essa detecção não é tão precoce assim. Para a paciente, a detecção precoce é a coisa mais importante que se procura obter, porque significa uma cirurgia menor, um prognóstico melhor e uma sobrevida maior”, explica a radiologista.
Importante evolução para as mulheres
Nos Estados Unidos, há mais de dez anos a mamografia digital passou a substituir a mamografia tradicional, realizada com filmes de raio-X. Hoje, mais de 70% das clínicas de diagnóstico por imagem já adotaram a tecnologia naquele país. No Brasil, a mamografia digital pode ser encontrada nos centros de diagnóstico mais importantes do país.
Se a imagem digital é mais nítida, facilitando a detecção precoce do câncer de mama, a tomossíntese representa um avanço ainda mais relevante para a saúde feminina e permite ver o câncer de uma forma nunca antes possível com a mamografia de rotina. O exame leva poucos segundos mais que a mamografia 2D. Assim como na mamografia convencional, a mama é comprimida entre duas partes do aparelho. Mas, ao invés de serem geradas duas imagens, são geradas 15 — num arco de 15 graus.
“Na mamografia tomográfica, como a gente vê os planos em separado, não há a superposição de estruturas da glândula mamária. Já nas mamografias convencionais essa superposição cria imagens falsas, que exigem radiografias complementares para esclarecimento. Na avaliação apresentada em Viena, houve redução de 39% da necessidade de imagens adicionais. Para a paciente, isso significa menos estresse e ansiedade, menos radiação e menos incômodo. Afinal, evita-se que a paciente tenha de retornar ao serviço de radiologia para fazer mais imagens”, diz Aron Belfer.
Fonte: CONTER
O QUE É ESPONDILOLISTESE?
um deslizamento de um corpo vertebral no sentido anterior, posterior ou lateral em relação à vértebra de baixo. Este escorregamento para frente de uma vértebra em relação a outra subjacente, ocasiona dor ou sintomatologia de irritação de raiz nervosa.
Classificação
A mais aceita é a classificação de Wiltse e Bradford que tem como diferencial a etiologia do escorregamento vertebral. As listeses são divididas em 5 grupos da seguinte forma – Displásica – Anomalia da porção superior do sacro ou do arco de L5, Ístmica – Lesão do istmo vertebral por fratura de fadiga, Degenerativa – Secundária a processo degenerativo do disco ou articulação intervertebral posterior, Traumática – Fratura aguda do arco posterior da vértebra, Patológica – Enfermidade óssea que acomete o arco posterior (tumor ósseo, etc).
Estes deslizamentos vertebrais foram classificados por Meyerding conforme sua intensidade. Grau I de zero a 25%, Grau II de 25% a 50%, Grau III de 50% a 75% e Grau IV de 75% a 100%. O Grau V seria a pitose vertebral.Sintomas
* Dor Lombar
* Dor irradiada (dor Ciática)
* Dor nas pernas ao caminhar
* Formigamento
* Encurtamento dos músculos posteriores das pernas
* Perda de força e coordenação dos movimentos
* Incapacidade de andar
Causas da Espondilolistese
A espondilolistese degenerativa ocorre em adultos e idosos, pois é provocada pelo desgaste das articulações facetárias, como parte do quadro de degeneração da coluna.
A espondilolistese ístmica ocorre por um defeito das articulações facetárias, que pode ser de natureza congênita ou devido a lesões ocorridas na infância. Como pode ser por uma má-formação congênita, a espondilolistese ístmica é comum na infância e adolescência.
Diagnóstico e exame
* Raio-x
* Ressonância Magnética
Tratamento
RMA da Coluna Vertebral
Etapas do tratamento
Conservadores
* Medicações (Antiinflamatórios, relaxantes musculares, analgésicos, etc)
* Fisioterapias
* Acupuntura
* Reabilitação Muscular
Cirúrgico
(Na falha dos tratamentos conservadores ou alterações neurológicas)
* Fusão (Artrodese)
* Fixação Dinâmica
FONTE: radiologia-raios-x
terça-feira, 3 de maio de 2011
O estudo por imagens – imagenologia – tem evoluído aceleradamente nas últimas décadas nas ciências da saúde. Na odontologia só mais recentemente passou-se a explorar esse terreno fértil das imagens obtidas através de radiográficas digitais, Tomografia Computadorizada (TC), tomografia computadorizada corrigida (TCC), ressonância magnética (IRM)1 (Halazonetis, 2005), etc., porém de maneira tímida e incipiente, como, por exemplo, no diagnóstico de Disfunções Temporomandibulares (DTM) e na Implantodontia.
A evolução tecnológica nesta área permitiu avanços também na redução de radiação ionizante a que são submetidos os pacientes. As máquinas modernas de TC Cone Beam (TCCB) realizam uma varredura completa da face em poucos segundos, dando ao paciente uma dose efetiva de 100 usv, comparado com cerca de 2000 usv de uma varredura por TC Fan Beam (TCFB)2, 3 (Cevidanes).
Conforto maior para o paciente se revela na posição do corpo – sentado (figura 1) – e no aspecto físico do TCCB, menos intimidador e menos “claustrofóbico” do que seus congêneres TCFB e também no tempo de aquisição das imagens, por volta de vinte a quarenta segundos, dependendo das necessidades em termos de qualidade das imagens.
Ao longo de mais de meio século, as radiografias cefalométricas obtidas em norma lateral e frontal póstero-anterior (PA), assim como as radiografias “panorâmicas” (PAN) têm sido padrão como exame complementar em diversas especialidades odontológicas. Porém, as medições em cefalometrias tradicionais são realizadas em imagens 2D de estruturas 3D, no caso face e crânio humanos. As medições não refletem a realidade uma vez que há projeções e sobreposições de estruturas bilaterais, magnificadas de maneira diferente, com conseqüente dificuldade para a marcação de pontos cefalométricos4, 5 (Lagravère e Major, 2005 e Major et al 1994), mesmo quando se emprega um sistema de análise cefalométrica computadorizada6 (Gribel, 1998). As distorções na localização de estruturas bilaterais acontecem em virtude da diferença de profundidade dos campos avaliados4, 5 (Lagravère e Major, 2005 e Major et al 1994). Algumas tentativas de se aplicar a TC com vistas a se obter uma cefalometria 3D foram realizadas no final do século passado7, 8 (DeFranco JC, Koenig HA, Burstone CJ, 1976, Chaconas SJ, Caputo AA, Davis JC, 1976).
As imagens por TC também podem ser utilizadas no diagnóstico de dentes supranumerários, retidos/impactados/ectópicos e também em casos de agenesias9, 10 (Kim et al, 2003, Nakajima et al, 2005).
De maneira geral, as imagens 3D geradas a partir dos dados obtidos durante o exame, podem ser projetadas em uma película ou filme ou ainda na tela de um computador. Para maior precisão projeções ortográficas devem ser geradas, pois são mais adequadas do que as projeções em perspectiva, que podem deformar as imagens 3D geradas1 (Halazonetis, 2005). Os programas de computador bem como os próprios computadores evoluíram também, e hoje computadores pessoais de características medianas podem mostrar essas imagens com ótima qualidade. Contudo alguns estudos mostram diferenças das estruturas medidas nos filmes com aquelas medidas por ferramentas específicas dos programas de computador1 (Halazonetis, 2005).
Os tomógrafos computadorizados, tanto Cone Beam (TCCB) quanto Fan Beam (TCFB), permitem a aquisição das imagens cruas (raw data) e a sua posterior utilização por softwares específicos para medições sem distorções, com precisão de centésimos de milímetros. O TCCB tem como principal objetivo a visualização dos tecidos duros, ao passo que o TCFB pode, através do protocolo de aquisição de imagens para tecidos moles, visualizar estes tecidos, como os músculos (figura 2 e 3).
Estas imagens podem servir de orientação também para obtenção de copias físicas em gesso, acrílico ou cera, que são “impressas” ou esculpidas por impressoras especiais, num processo conhecido como prototipagem rápida e que auxilia a antropologia, a medicina legal ou forense, a cirurgia reconstrutiva de face, etc. Em breve, com o barateamento da tecnologia, a tradicional moldagem dos arcos dentários será eliminada e a prototipagem rápida será responsável pela criação de modelos em diferentes tipos de material, como já acontece na obtenção de guias cirúrgicos na Implantodontia e Cirurgia Ortognática, bem como nas próteses reconstrutoras de face. A obtenção de guias para personalização e individualização de braquetes e seu posicionamento estará, em breve, à nossa disposição.
Os dados crus podem ser arquivados no formato de imagens DICOM, padronizado na medicina ao redor do mundo – são as imagens JPG da área da saúde - e que podem ser importadas por vários sistemas e softwares independentes como Mimics, InVivoDental, InVesalius, Dolphin, etc. onde então servem de base para a execução de uma avaliação craniofacial tridimensional. Esta avaliação se inicia, geralmente, pela determinação de planos anatômicos de referência, tais como Camper, Frankfurt, Sagital Mediano, Coronal (Ortogonal a Camper e/ou Frankfurt, etc.) e pela marcação de pontos anatomo-radiológicos (figuras 4 e 5), que podem ser visualizados em janelas com os três cortes de praxe (Axial, Coronal e Sagital), bem como no crânio “virtual”, obtido pela reconstrução volumétrica tridimensional. Este é o procedimento inicial para o Protocolo “Compass” (Computerized Assessment) desenvolvido por nós. Mais do que uma cefalometria tridimensional, COMPASS (Bússola) significa uma avaliação craniofacial extensa, onde a simetria facial é avaliada, os desvios horizontais, sagitais e verticais da mandíbula e do plano oclusal são identificados, além das relações entre base de crânio, maxila e mandíbula nos três planos do espaço. As inclinações, angulações e posições dentárias (figuras 5, 6 e 7) podem ser analisadas em profundidade, contribuindo para um diagnóstico seguro e eficaz da má oclusão nos seus componentes esqueletais, dentais e também articulares, uma vez que as articulações temporomandibulares (ATM) podem ser visualizadas e os espaços articulares analisados (figuras 8 e 9).
Uma vez determinados estes planos e pontos, são realizadas a medições lineares e angulares, utilizando as ferramentas presentes no próprio sistema computadorizado, com precisão e acuidade de centésimos de milímetro (figuras 10 e 11). Podem ser medidos, em cortes axiais, as distâncias póstero-anteriores, desde o Plano Coronal11 até pontos utilizados em vários tipos de cefalometria, como Bimler, McNamara, Ricketts12, Sassouni e outros.
Esse protocolo de avaliação das imagens tomográficas visa ampliar as possibilidades de observação das cefalometrias 2D, em norma lateral e frontal PA, utilizadas como exames complementares. Além das medições relativas à estrutura óssea, também é possível realizar-se avaliações de tecidos moles em 3D, tanto para tegumento (Análise facial 3D) quanto para formas, volumes e características dos músculos da face e das vias aéreas superiores.
A localização precisa da mandíbula no contexto craniofacial é essencial, por exemplo, nos casos de desvios de linha média (DLM)13,14 (Trpkova, 2003 e Forsberg CT, Burstone CJ, Hanley KJ, 1984) em mordidas cruzadas unilaterais posteriores ou em Classes II, subdivisão15 (Azevedo, 2003) e Classes III, subdivisão16 (Hesse, 1997). A origem do DLM pode estar presente nos dentes da maxila, nos dentes da mandíbula, no desvio da maxila ou de toda a mandíbula, ou ainda na combinação dessas possibilidades17 (Gribel, 2002). Quando é identificado desvio mandibular, isso implica na correção do desvio mandibular, quer seja de maneira ortopédica ou cirúrgica, e não na compensação ou camuflagem através do movimento dental puro. Quando o DLM está identificado como proveniente de desvios dentais, indica-se a correção através dos movimentos ortodônticos. O Diagnóstico Diferencial nestes e em outros casos é, portanto, fundamental18, 19, 20, 21, 22 e 23.
Uma avaliação craniofacial tridimensional através do Protocolo COMPASS (Computerized Assessment) pode contribuir para o diagnóstico mais preciso destas e de outras más oclusões, assim como permite a observação e a mensuração de espaços articulares nas ATM (articulações temporomandibulares), fator importante também no planejamento de correções ortopédicas funcionais, ortodônticas, cirúrgicas e protéticas (figura 12).
Figura 1 - Paciente posicionado em tomógrafo cone beam para obtenção de imagens.
Figuras 2 e 3 – Reconstruções 3D para tecidos moles (músculos).
Figura 4 – Tela de Análise Antro-pométrica, Protocolo COMPASS. Os pontos anatômicos podem ser marcados sobre as reconstruções 3D em qualquer posição ou diretamente nas imagens de quaisquer dos cortes obtidos pela tomografia. Os planos de referência são identificados e orientam a localização espacial dos dentes e ossos da face.
Figura 5 – Pontos dentários são também marcados sobre os dentes virtuais e/ou sobre os cortes tomográficos. Assim podem ser calculados o perímetro dos arcos dentários, as dimensões transversais, angulações e inclinações axiais, além da posição precisa de cada elemento dental em relação aos planos de referência no crânio e face.
Figura 8 e 9 – Os espaços articulares e anatomia das ATM podem ser acessados no crânio virtual e nos cortes tomogáficos. Observe neste exemplo como as inclinações dos Tubérculos Articulares das ATM apresentam forma e inclinações diferentes, bem como as cabeças da mandíbula se apresentam com dimensões e formas diferentes, relacionadas no caso, com a mordida cruzada posterior e a mastigação predominante do lado esquerdo, lado cruzado.
Figura 10 e 11 – Medições são obtidas de acordo com o Protocolo COMPASS (Bússola) levando em conta os pontos e planos de referência.
Figura 12 - Imagem semelhante à tradicional radiografia panorâmica, porém sem distorções ou magnificações. Podem ser geradas inúmeras imagens como esta, onde a presença de alterações das curvas de irrupção, extranumerários, alterações na forma dos dentes, patologias, fraturas etc. é mais facilmente visualizada.
FONTE: © Copyright Cléber Bidegain Pereira
Nova técnica de imagem pode auxiliar no diagnóstico de trauma cerebral em vida
Uma nova descoberta pode auxiliar na identificação e possivelmente no tratamento dos atletas que possuem um trauma crânio-encefálico. Pesquisadores de Boston anunciaram na quarta-feira (1º/12), uma nova técnica de imagem que localiza alterações químicas no cérebro dos atletas vivos, possivelmente relacionados a um traumatismo craniano.
O trauma crânio-encefálico (TCE) foi diagnosticado em mais de uma dezena de jogadores da National Football League e de uma colegial, todos já falecidos, abalando o cenário do esporte norte-americano. O diagnóstico foi confirmado através de uma análise especializada do tecido cerebral. Como tal, levanta a suspeita se um atleta na sua vida particular apresentou possíveis sintomas da doença – perda de memória, entre outros – ou se o trauma não apresentou sequelas em vida.
Na reunião anual da Sociedade de Radiologia da America do Norte, em Chicago, o Dr. Alexander Lin, da Brigham and Women’s Hospital em Boston descreveu como espectroscopia de ressonância magnética a técnica que identificou em cinco atletas sinais de TCE: três jogadores aposentados da National Football League, um boxeador e um lutador. Os exames foram comparados com os de não atletas, com a mesma idade e estilo de vida familiar. “Nós medimos a química do cérebro de homens com um histórico vasto de trauma cerebral e descobrimos que essas mudanças indicam algo bioquimicamente anormal”, disse Lin. “Nós não sabemos se eles têm TCE. Nós não sabemos neste momento se estas mudanças de vida estão relacionadas.”
O coautor do estudo, Robert Stern, da Universidade de Boston, expressou cautela semelhante, informando que se trata um resultado preliminar e que não pode ser mal interpretado, sobretudo, tendo em conta a crescente compreensão pública do trauma crânio-encefálico e seus efeitos. Segundo Stern, resta comprovar se o trauma crânio-encefálico é o causador das alterações químicas, algo que os novos estudos poderiam ajudar a determinar. Assim, os tratamentos seriam mais bem aproveitados através da identificação de pessoas vivendo com a doença.
“Este é um primeiro passo de um longo processo”, disse Stern. “Este é um estudo inicial com uma amostra muito pequena, mas que nos mostra que a tecnologia pode ser útil no diagnóstico. Não se trata, no entanto, que estamos capazes de usar a tecnologia no futuro tão próximo.”
Um método que permita diagnosticar TCE em uma pessoa viva pode ter grandes efeitos econômicos sobre a vida dos jogadores aposentados, com problemas cognitivos. Como ainda não é possível comprovar que a sua condição foi causada durante a prática do futebol americano, não é possível obter vantagens junto ao plano da Liga de invalidez, uma indenização concedida pelo Estado ou em ações judiciais.
Devido ao sistema do estado da Califórnia de compensação, que permite aos jogadores que participem de pelo menos um jogo, solicitar ao Estado sua aposentadoria, ao partir da comprovação de que o declínio cognitivo está associado à prática do futebol americano poderá levar diversas equipes a pagar milhões de dólares em tratamentos médicos (inclusive gastos pessoais) para cada aposentado.
Fonte: NY Times
USP utiliza aplicações da tomografia computadorizada na odontologia
Laboratório de Imagens 3D foi o primeiro a utilizar aplicações das imagens 3D, geradas em exames de tomografia computadorizada
Especializado em interpretação de imagens volumétricas do complexo crânio-facial, o Laboratório de Imagens 3D (LABI 3D) da Faculdade de Odontologia (FO) da USP é, atualmente, referência nessa área de pesquisa. Fundado pelo professor Marcelo Cavalcanti, foi o primeiro laboratório brasileiro que se empenhou no estudo, na área da odontologia, das aplicações das imagens 3D, geradas em exames de tomografia computadorizada.
Os trabalhos ali desenvolvidos são relacionados às diferente técnicas de geração de imagens em 3D e à análise das imagens produzidas, mas não à realização das tomografias em si. Estas são obtidas de projetos e trabalhos de outros setores da FO que, em casos mais complexos, as enviam para o laboratório ajudar a interpretar.
Apesar de seguir, de forma ampla, os mesmos princípios da radiologia tradicional, a tomografia computadorizada difere da primeira em qualidade e técnica. Esta modalidade de exame é realizada após a exposição do paciente a uma sucessão de raios X, e as informações obtidas são posteriormente processadas por um software, que gera uma imagem tridimensional.
A principal vantagem da tomografia computadorizada sobre a radiologia tradicional é a precisão do diagnóstico, já que o exame pode apresentar uma noção espacial com a ajuda de softwares. " O cirurgião, por exemplo, pode dizer com mais precisão qual é o mal do paciente, e sabe muito melhor como proceder" , explica o professor Cavalcanti.
Tais qualidades fazem com que os exames tridimensionais tenham grande importância na área da saúde. Na odontologia, eles se mostram úteis em diversos campos, como a patologia, o diagnóstico bucal, a ortodontia, entre outros. Assim, o LABI 3D é atualmente um laboratório interdisciplinar, que reúne alunos e docentes de diversos departamentos da FO.
História
Tumor benigno em primeiro e segundo molares, onde se observa expansão das corticais lingual e vestibular e destruição da corticalmedular. A reconstrução da imagem em 3D foi realizada em caráter ilustrativo, possibilitando demonstrar a expansão das corticais.
Tendo o ensino e a pesquisa como principais objetivos, o LABI 3D surgiu no início de 2001, resultado de um extenso estudo realizado pelo professor Cavalcanti na Universidade de Iowa - que até hoje desenvolve projetos em parceria com o laboratório. Pioneiro no Brasil na análise de tomografias computadorizadas, e ligado à disciplina de Radiologia do Departamento de Estomatologia da FO, o laboratório iniciou seus trabalhos com apenas seis colaboradores.
Atualmente, há mais de 30 participantes no projeto, entre graduandos e pós-graduandos da USP e de outras universidades. São ao todo sete linhas de pesquisa: Aplicação do protocolo vascular e ósseo para lesões patológicas - Diagnóstico e tratamento; Estudo qualitativo e quantitativo de lesões patológicas em 3D-TC utilizando a computação gráfica; Avaliação da tomografia computadorizada em diferenciação de cistos e tumores malignos e benignos - Estudo da sensibilidade e especificidade; Análise de anomalias crânio-facias em 3D-TC por meio da computação gráfica; Reconstrução em 3D-TC para a Odontologia Forense; Traumatologia crânio-facial utilizando workstation e reconstruções multiplanares e em 3D-TC; e 3D-CT for dental implants using volume rendering technique - A new approach.
O LABI 3D desenvolve pesquisas sobre todos os tipos de tomografia computadorizada, entre elas a multislice (realizada com múltiplos detectores, permitindo rápido escaneamento e reconstrução de uma imagem com alta resolução) e a tomografia por feixe cônico (na qual é utilizado um tomógrafo com feixe de raios X cônico, ao invés de na forma de leque).
FONTE: USP
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