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terça-feira, 15 de janeiro de 2013
Menina que nasceu sem língua tem fala recuperada por tratamento inédito
Menina que nasceu sem língua tem fala recuperada por tratamento inédito
Equipe da UnB ajuda a tratar sequelas de paciente que nasceu sem língua com resultado inédito na história da medicina.
Pela primeira vez na história da medicina, uma pessoa que nasceu sem língua teve suas sequelas tratadas. A equipe responsável pelo caso é da Universidade de Brasília (UnB), que teve o caso apresentado nesta segunda-feira (14) durante um Simpósio em Brasília. O caso raro de aglossia congênita isolada sensibilizou o cirurgião-dentista Frederico Salles, especialista, há 16 anos, em intervenções maxilares e faciais.
A anomalia é tão incomum que a literatura médico-odontológica relatou somente três ocorrências em todo mundo. Graças a uma inédita intervenção cirúrgica e um sistemático acompanhamento que vêm sendo oferecido por uma equipe multidisciplinar da UnB, Auristela Viana da Silva - atualmente com 22 anos - hoje se alimenta bem, fala corretamente e leva uma vida normal, cursando, inclusive, enfermagem na Faculdade de Ciência da Saúde do GDF.
Auristela Viana da Silva - atualmente com 22 anos - hoje se alimenta bem, fala corretamente e leva uma vida normal, cursando enfermagem
Foi em 1996 que Frederico Salles, à época responsável pelo setor de cirurgia bucomaxilar de um hospital de Brasília, teve conhecimento do caso, ao receber em seu consultório a pequena Auristela da Silva, então com cinco anos. Após realizar todos os exames e confirmar o diagnóstico, passou a pesquisar toda a literatura médica associada ao assunto, para alcançar uma solução que a curasse das sequelas provocadas pela ausência da língua e que lhe conferisse condições de qualidade de vida. Por não conseguir se alimentar direito, a menina se encontrava em um quadro de desnutrição, além de apresentar feridas ao redor da boca, por incontinência salivar, e ainda sofrer graves problemas de dicção, mal conseguindo pronunciar palavras inteiras.
Para alterar a anatomia da mandíbula e ajustar o maxilar para assegurar o desenvolvimento dos ossos, foi utilizado o aparelho distrator ostiogênico, importado para o Brasil com recursos obtidos pela família da paciente através de uma rifa. Em 2001, graças às pesquisas do cirurgião e disposição pessoal para assumir o caso, Auristela foi submetida a uma cirugia especialmente idealizada para ela.
" Diante da raridade e complexidade da anomalia, e todo comprometimento decorrente da ausência da língua, concluí que só alcançaríamos sucesso se uma equipe multidisciplinar encampasse o tratamento" , contou Salles. Após duas cirurgias, que resultaram em uma expansão maxilar de 20 milímetros, na qual a mandíbula, que assumia a forma de " bico de pássaro" , pôde ser redesenhada. A partir disso, professores de diversas áreas da UnB assumiram as terapias da fala, psicológica, ortodôntica e nutricional - acompanhamento conduzido até hoje.
Fonte: Isaude.net
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