sexta-feira, 22 de abril de 2011

Cateterismo Cardíaco



O que é um cateterismo cardíaco?

O cateterismo cardíaco é um método diagnóstico invasivo pelo que avalia a presença ou não de entupimentos (obstruções/estreitamentos) nas artérias (veias) coronárias secundário às "placas de gordura " além do funcionamento das válvulas e do músculo cardíaco. Para realizá-lo é necessária a introdução de um cateter em um vaso sanguíneo para se chegar ao coração. O cateter pode ser introduzido por uma artéria ou veia a partir da perna (virilha; técnica femoral) ou do braço, ao nível do cotovelo (técnica braquial) ou do punho (técnica radial). A escolha de uma ou outra técnica ficará a critério do operador, tendo sempre em mente o maior conforto e segurança do paciente e irá depender das condições clínicas, do peso, risco de sangramento e números de exames já realizados.


Preparo hospitalar para o exame

Assim que chegar ao hospital e ao setor de hemodinâmica, o paciente será acolhido pelo corpo de enfermagem que irá orientá-lo em todos os seus passos, antes, durante e após o exame. Deverá identificar-se e apresentar todos os exames já realizados e medicamentos em uso no momento. Após colocação de vestimenta apropriada será necessário puncionar uma veia do braço para a admnistração das medicações de rotina. Em seguida, é só aguardar, sentado ou deitado no leito específico, o momento da realização do exame.




Equipe envolvida

Em momento algum o paciente estará desamparado. Há toda uma equipe multi-disciplinar (cardiologistas clínicos e intervencionistas, anestesiologistas, enfermeiros, técnico de Radiologia e técnico de enfermagem especializados) envolvida com a realização do exame e, sobretudo, com o bem estar físico e psicológico do paciente.





Ambiente em que é realizado

O cateterismo cardíaco é realizado sempre em ambiente hospitalar. Em uma sala específica (sala de cateterismo cardíaco) que contém uma cama onde o paciente se deita coberto por campos cirurgicos (lençóis) após ser monitorizado para acompanhamento contínuo dos seus batimentos cardíacos enquanto o exame é realizado. Há ainda na sala de cateterismo cardíaco a máquina de hemodinâmica propriamente dita, monitores (televisões) onde visualizaremos, em tempo real, as imagens do coração e suas artérias, e toda aparelhagem necessária frente a qualquer tipo de urgência.



Tipo de anestesia

O exame normalmente não é doloroso. O que se sente é a picada da agulha na pele para anestesia local e um calor fugaz pelo corpo (que desaparece rapidamente) no fim do procedimento. Inicialmente, o anestesista aplica uma pequena dose de medicação sedadiva que será importante para manter o paciente calmo, mas não tão forte ao ponto de mantê-lo inconsciente. A cooperação muitas vezes é fundamental para a realização bem sucedida do exame. após esta sedação inicial, estando o paciente bastante relaxado, é realizada anestesia local (na prega interna do cotovelo, na região do punho ou na região inguinal) onde será feita a introdução do cateter.

Cuidados antes do cateterismo cardíaco

É fundamental que o paciente compareça ao hospital para a realização do exame após um período de pelo menos 6h de jejum e com um acompanhante. Atenção especial deve ser dada à suspensão, pelo menos 05 dias antes, de medicamentos anticoagulantes, pelo risco de sangramentos, e 02 dias antes de alguns anti-diabéticos orais. São eles:
• Antidiabéticos: Metformina (Dimefor®, Glucoformim®, Glifage®,Glucovance®).
• Anticoagulantes: (Marevan®, Marcoumar®, Coumadin®, Warfarina®).

o que acontece após o exame?

Imediatamente após o exame o paciente é encaminhado à sala de repouso onde será acompanhado pelos auxiliares de enfermagem e pela enfermeira. O médico que realizou o exame deverá comunicar o seu resultado. O tratamento, seja ele clínico (remédios, modificações nos hábitos de vida e exercício físico), percutâneo (angioplastia com ou sem stent, ou seja o desentupimento do vaso com ou sem o implante de uma "molinha" dentro dele) ou cirúrgico (mamária e/ou ponte de veia safena ou troca da valva cardíaca), dependerá fundamentalmente do cardiologista clínico responsável pelo paciente e da equipe de hemodinâmica.

Cuidados após o cateterismo
• Não flexionar o braço cateterizado por 3 horas, porém fazer exercício de abrir e fechar as mãos, periodicamente
• Não carregar peso com o braço até a retirada dos pontos
• Durante o banho lave-o normalmente com água e sabonete
• Fazer curativo diariamente ou todas as vezes que perceber que está úmido
• Após o terceiro dia deixá-lo descoberto
• Após 08 (oito) dias, procurar posto de saúde, farmácia ou seu médico para a retirada dos pontos
• Para os procedimentos na região inguinal (perna) o repouso será absoluto por 5–6h. Após deambulação dentro do hospital o paciente receberá alta com orientação para retirada do curativo na manhã seguinte durante o banho. Evitar esforços com a perna durante 7 dias. Não necessita de curativos
• Qualquer anormalidade entrar em contato ou procurar imediatamente um médico de nossa equipe


Riscos do procedimento


O risco do cateterismo é mínimo, porém podem ocorrer algumas complicações durante o exame como dores no peito quando o paciente já apresenta "problemas" cardiológicos avançados, mas que podem ser prontamente corrigidos pelo médico ou outras intercorrências como as descritas abaixo:
• Sangramento no local de acesso (0,19%)
• Diminuição ou perda do pulso (0,5 a 0,8%), geralmente sem conseqüências importantes, porém se necessário, solicitaremos uma avaliação vascular que definirá a conduta a ser tomada, inclusive com uma possível correção cirúrgica
• Formação de pseudoaneurisma arterial (1,6%) ou fistula artério-venosa. Estas deverão ser corrigidas em caráter de urgência
• Alergia ao contraste (0,45%): poderá ser uma reação simples como uma urticária, entretanto, poderá complicar-se até com parada cardíaca. Por isso é importante que nos avise se já apresentou alergia em algum exame que utilizou contraste, como tomografia computadorizada, arteriografias, urografia excretora, etc. neste caso, iniciaremos algumas medicações previamente ao exame para prevenirmos a alergia
• Derrame cerebral (avc) (0,07 a 0,19%). Sua incidência é muito baixa, porém, se você apresentar placas de gorduras ou trombos (coágulos) nas artérias em que passaremos o cateter, eles poderão se desprender e ir para o cérebro provocando o avc, que pode, dependendo de sua extensão, deixar ou não seqüelas
• Insuficiência renal crônica agudizada (4 a 11%): ocorre nos pacientes que já apresentam previamente uma alteração na função renal, principalmente nos diabéticos, que é caracterizada por uma elevação de uréia e principalmente de creatinina (exames de sangue). Por isso é importante que seu médico assistente saiba qual o valor de sua creatinina antes que você faça o cateterismo, para que possamos prepará-lo com medicações ou soros de proteção renal, e até utilizarmos um contraste diferente, não nefrotóxico
• Edema agudo de pulmão e/ou arritmias (0,47%): podem ocorrer em pacientes que apresentam “coração dilatado”, problemas valvulares graves ou apresentaram infarto agudo do miocárdio extenso com grave comprometimento da função do coração
• Infarto agudo do miocárdio (0,06%): nos casos em que as coronárias apresentem obstruções gravíssimas e se "instabilizem" durante o exame
• Óbito (0,06 a 0,10%): raríssimo, porém pode ser desencadeado pelas complicações mais graves descritas acima

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