segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Aneurisma de Aorta

O aneurisma de aorta abdominal (AAA) é uma doença degenerativa de extremos. O paciente corre o risco iminente de morte, se não tiver o problema diagnosticado a tempo. Ou fica curado, quando consegue monitorar a evolução e tem o tratamento adequado. O AAA é caracterizado pela dilatação da artéria aorta, a maior do corpo humano. O calibre normal é de 2 centímetros de diâmetro. A partir dos 3 centímetros, a dilatação já é considerada um aneurisma.A incidência é maior em pessoas com mais de 60 anos. A média é de 6%, contra 4% na população em geral. Mas a maior parte dos pacientes só descobre o problema quando é tarde demais. Em 20 anos de profissão, o radiologista intervencionista Alexander Corvello, do Hospital Santa Cruz, só viu um paciente ser salvo com aneurisma roto. “Isso porque o sujeito estava dentro do hospital e a intervenção foi imediata”, conta. Apesar da alta mortalidade, o AAA pode ser diagnosticado a tempo de um controle definitivo. Em geral, o problema é descoberto durante exames de rotina ou investigação de outras doenças. Isso porque o AAA não provoca nenhum sintoma. No máximo, um desconforto abdominal, ainda assim quando o sujeito é muito magro. A hereditariedade é um dos fatores de risco para desenvolver a doença. A incidência é de 20% em pessoas que têm parentes de primeiro grau com o diagnóstico. A hipertensão arterial, o tabagismo e a arteriosclerose também contribuem para a dilação do calibre da aorta. As placas de gordura se infiltram na parede do vaso sanguíneo, forçando a ruptura. “São casos mais raros, de aneurisma de aorta abdominal com dissecção”, observa o médico Alexander Corvello. O controle da alimentação, o combate ao sedentarismo e à obesidade contribuem para reduzir a chance de formação de aneurisma, mas não há prevenção. Entre 3 e 4,5 centímetros de dilatação, o AAA tem tratamento clínico, justamente com o controle dos fatores de risco. Monitoramento de pressão arterial, alimentação saudável e a realização periódica de exames de imagem são fundamentais para acompanhar a evolução do aneurisma. Há especialistas que indicam a cirurgia a partir dos 4,5 a 5 centímetros de diâmetro. O aposentado João Olivo Cavalari, de 74 anos, descobriu que tinha um AAA durante a bateria de exames que precisou fazer depois de um enfarte, há seis anos. Além do problema cardíaco, o cigarro o colocava no grupo onde a indicação de uma cirurgia aberta para correção de aneurisma era um risco de morte. Cavalari foi submetido à técnica endovascular e ficou surpreso com a rapidez da recuperação. “Não senti nada depois da cirurgia. Até brinquei com a equipe médica, dizendo que eles não tinham me operado. Estou curado”, diz. O tratamento cirúrgico clássico do aneurisma de aorta abdominal é feito com a substituição da porção dilatada da aorta por uma prótese de poliéster, semelhante a um conduíte de fiação telefônica, que substitui o vaso sanguíneo e faz a ligação entre as artérias renais e as ilíacas. Além de invasiva, a cirurgia exige mais tempo de internação hospitalar e uma reabilitação mais demorada. O risco de complicações durante o período intra e pós-operatório, até 30 dias depois da cirurgia, também é alto. Chega a 10% em pacientes de risco. A técnica de endoprótese, composta por um stent revestido de poliéster ou material semelhante, implantada por cateterismo, derruba a mortalidade para 2,5% para o mesmo grupo de pacientes. O radiologista intervencionista Alexander Corvello, do Hospital Santa Cruz, defende a aplicação da endoprótese em todo paciente com diagnóstico de aneurisma de aorta abdominal que tenha condições anatômicas para a realização da cirurgia, independente da idade. “O material está em constante evolução e tem vantagens sobre a técnica convencional”, defende. Osvaldo Caldarte, de 80 anos, foi o primeiro paciente do Sul do país a fazer a endoprótese, há dez anos, no Hospital Santa Cruz. Descobriu o AAA depois de duas paradas cardíacas, em 1993. Abalado com o diagnóstico de cardiopatia, Caldarte peregrinou por alguns consultórios até receber a proposta da cirurgia endovascular. Considera o médico que o operou um heroi. “Disso eu não morro mais”, comemora o aposentado. A saúde vai tão bem que há três anos Caldarte é o síndico do condomínio de 52 apartamentos, onde mora. “Ninguém quer assumir a função. Dou conta de tudo.” fonte: http://www.inrad.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário