Restaurante na China usa robôs para atender os clientes
Eles fazem papel de garçons, de recepcionistas e de músicos.
Máquinas tentam atrair mais clientes.
Para conseguir atrair mais clientes, um restaurante na cidade de Jinon, na China, utiliza robôs como garçons, recepcionistas e músicos. Dez tipos de máquinas atendem os clientes levando os pratos e as bebidas, recebendo-os e levando até suas mesas e realizando pequenas apresentações. Robôs no formato de pequenas mesas levam a comida, enquanto uma máquina humanoide pedala em uma bicicleta para levar sucos, cerveja e chá. (Foto: Stringer/Reuters)
O objetivo desse blogger é colocar a disposição informações da área médica,técnica e cientifica,bem como informações históricas,atualidades e curiosidades.
sábado, 25 de dezembro de 2010
Família neandertal canibalizada é encontrada em caverna na Espanha
Família neandertal canibalizada é encontrada em caverna na Espanha
Segundo pesquisadores, ossos encontrados em caverna indicam que indivíduos foram mortos e comidos por outros neandertais.
Arqueólogos descobriram os restos de uma possível família de 12 neandertais que foram mortos há 49 mil anos numa caverna da região de Astúrias, no norte da Espanha.
Segundo os pesquisadores, marcas nos ossos mostram sinais de atividade canibal, indicando que os indivíduos encontrados foram comidos por outros neandertais.
Detalhes da descoberta foram publicados na última edição da revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences.
Apesar de os fragmentos de ossos de seis adultos e seis crianças terem sido encontrados dentro da caverna, os arqueólogos acreditam que eles viviam e foram mortos na superfície, mas que teriam sido envolvidos pela caverna após um desabamento.
Fragmentos de ossos foram encontrados em caverna das AstúriasFragmentos de ossos foram encontrados em caverna das Astúrias (Foto: Divulgação )
'Todos eles mostram sinais de canibalismo. Eles têm marcas de cortes em vários ossos, incluindo os crânios e as mandíbulas', disse o arqueólogo Carles Lalueza-Fox, do Instituto de Biologia Evolucionária de Barcelona, que coordenou o estudo.
'Os ossos longos foram fragmentados para tirar o tutano, então todos os sinais de canibalismo que foram descritos em outros locais de neandertais estão presentes nesses indivíduos', afirmou.
Família
A conclusão de que o grupo era uma família vem da análise do DNA mitocondrial, o material genético encontrado nas células animais passado pela linhagem feminina.
Os dados genéticos sugerem que enquanto os três adultos do sexo masculino no grupo tinham a mesma linhagem materna, as três mulheres do grupo tinham origens maternas diferentes.
Segundo os pesquisadores, isso mostraria que pelo menos nesta família de neandertais, as mulheres vieram de fora do grupo, enquanto que os homens permaneceram no grupo familiar ao chegar à idade adulta.
Esse modelo do que é chamado 'patrilocalidade' é comumente visto em algumas culturas modernas, observa Lalueza-Fox, com os homens permanecendo na casa da família após o casamento com uma mulher de outro grupo.
Fonte:BBC
Cientistas dizem ter criado teste para diagnóstico precoce de Alzheimer
Pesquisadores britânicos teriam encontrado uma forma de verificar se um paciente vai ter a doença anos antes dos primeiros sintomas se manifestarem.
Cientistas britânicos dizem ter encontrado uma maneira de diagnosticar o mal de Alzheimer anos antes dos primeiros sintomas.
Um exame de punção lombar combinado a uma ressonância magnética do cérebro poderiam identificar pacientes com os primeiros sinais de demência, segundo os pesquisadores.
Atualmente não há cura ou um exame único para detectar a doença, que afeta mais de vinte milhões de pessoas ao redor do mundo.
Os cientistas esperam que um diagnóstico precoce possa ser usado para selecionar pacientes para testar novos remédios e tratamentos contra a doença.
Encolhimento do cérebro
Apesar de haver muitos possíveis remédios e vacinas contra Alzheimer em fase de testes, é difícil aferir quão eficazes eles são porque frequentemente a demência só é diagnosticada quando já está em estágio mais avançado.
Jonathan Schott e a equipe do Instituto de Neurologia da University College London desenvolveram um método que permitiria fazer o diagnóstico nos primeiros estágios da Síndrome de Alzheimer, o tipo mais comum de demência.
Os exames checam duas coisas: o encolhimento do cérebro e a presença de níveis baixos de uma proteína, a amiloide, no líquido cérebro-espinhal.
Especialistas já sabem que em pacientes afetados pela síndrome há perda de volume no cérebro e um acúmulo incomum de amiloide no cérebro, o que significa menos amiloide no líquido cérebro-espinhal.
Voluntários
A equipe de cientistas decidiu então fazer os exames de punção lombar e ressonância do cérebro em 105 voluntários saudáveis.
Os resultados, publicados na revista científica Annals of Neurology, revelaram que os cérebros dos indivíduos com baixos níveis de amiloide no líquido cérebro-espinhal (38%) encolhiam duas vezes mais rápido que os cérebros dos demais.
Eles também tinham cinco vezes mais chances de possuir o gene de risco APOE4 e de ter níveis altos de outra proteína, chamada tau, que costuma ser associada a Alzheimer.
Apesar de ainda ser muito cedo para qualquer dos voluntários desenvolver a síndrome, os pesquisadores acreditam que suas suspeitas serão confirmadas no futuro.
Isso poderia permitir que os médicos verifiquem que drogas podem ser eficientes em impedir ou adiar o aparecimento dos sintomas de demência.
'Estamos de mãos atadas por nossa incapacidade de detectar Alzheimer com precisão, mas essas descobertas podem ser fundamentais', disse Rebecca Wood, do Alzheimer's Research Trust, organização que financiou a pesquisa.
'Sabemos que os tratamentos para muitas doenças são mais bem sucedidos se realizados cedo e isso também pode valer para Alzheimer.'
Fonte:BBC
domingo, 31 de outubro de 2010
Mãos podem 'notar' erros ao digitar quando cérebro falha, diz estudo
Mãos podem 'notar' erros ao digitar quando cérebro falha, diz estudo
Digitadores profissionais não percebem alguns dos erros que corrigem.
Trabalho será divulgado pela revista 'Science'.
Uma pesquisa da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, mostra que o ato de digitar, quando praticado po pessoas experientes, é uma atividade controlada por uma espécie de "piloto automático" humano, que consegue captar erros que às vezes o cérebro não nota. Os resultados serão publicados na revista Science nesta sexta-feira (29).
"Todos nós fazemos algumas coisa no 'piloto automático' como andar e tarefas domésticas como passar café", diz Gordon Logan, principal autor do estudo. "No caso dessa pesquisa sobre digitação, o que nós descobrimos de surpreendente é que esses processos são dissociados, ou seja, as próprias mãos 'sabem' quando cometeram um erro, mesmo quando o cérebro não os percebe."
Para conhecer a relação entre tarefas realizadas no "piloto automático" e a consciência (referida como piloto no estudo) e o papel de cada um na detecção de erros, Logan e Matthew Crump, outro autor do estudo, conduziram experimentos que buscaram separar o que era visto na tela e como os dedos dos voluntários se comportavam ao digitar.
No primeiro deles, digitadores experientes foram solicitados a reproduzir palavras que apareciam em uma tela e comentar se haviam ou não cometido erros. Com um programa de computador, os dois cientistas corrigiram deslizes e alteraram palavras escritas corretamente.
Pessoas compensam os seus erros mesmo quando não os percebem. Nós descobrimos uma nova ferramenta para investigar, separadamente, o papel da consciência e do 'piloto automático' na hora de perceber erros de digitação"
Matthew Crump, pós-
doutor em psicologia
Também levaram em conta a rapidez de digitação, procurando pela redução de velocidade que ocorre quando alguém aperta uma tecla errada. No final, os digitadores deram notas para o desempenho deles.
Os digitadores, em geral, entenderam como seus os erros gerados pelo computador, assim como emprestaram o crédito pelas correções que a máquina fez. Segundo os cientistas, eles foram enganados pelo programa, mas os dedos, dirigidos pelo "piloto automático", passaram no teste.
As mãos somente pararam quando uma tecla foi pressionada fora de hora, mantendo o ritmo ao escrever palavras certas.
No segundo experimento, os digitadores tiveram de julgar o desempenho logo após a escrita de cada palavra. No último, os pesquisadores contaram aos voluntários que o programa de computador poderia inserir ou excluir erros e pediram, mais uma vez, por uma análise do resultados por parte dos datilógrafos.
As "cobaias" só conseguiram acertar quando de fato erravam no terceiro experimento. Quanto ao padrão dos dedos, o mesmo foi observado em todos os experimentos: os digitadores, sem perceber, reduziram a velocidade ao apertarem teclas fora de hora e mantiveram a rapidez ao grafarem corretamente o que aparecia na tela.
"Os resultados sugerem que a detecção de erros pode acontecer tanto consciente como inconscientemente", diz Crump, pós-doutor em psicologia. "Pessoas compensam os seus erros mesmo quando não os percebem. Nós descobrimos uma nova ferramenta para investigar, separadamente, o papel da consciência e do 'piloto automático' na hora de perceber erros de digitação."
Fonte G1.
Médicos são condenados por fazer operações desnecessárias na Itália
Médicos são condenados por fazer operações desnecessárias na Itália
Foram mais de 80 procedimentos, incluindo remoção de pulmões e seios.
Chefe de departamento cumprirá pena de mais de 15 anos de prisão.
Oito médicos italianos foram condenados a prisão nesta sexta-feira pela realização de dezenas de operações desnecessárias para obter ganhos financeiros, de acordo com o jornal "La Repubblica".
Dezenas de pacientes com tuberculose tiveram seus pulmões retirados na 'clínica dos horrores'
O diário italiano disse que os médicos da clínica Santa Rita, em Milão, fizeram mais de 80 operações desnecessárias, incluindo a remoção de pulmões e seios.
O responsável pela departamento torácico da clínica, Pier Paolo Brega Massone, foi condenado a 15 anos e meio de prisão.
O juiz do caso descreveu Massone como "cruel e despido de qualquer senso de compaixão humana".
Casos
O "La Repubblica" diz que a sentença foi recebida com aparente indiferença pelos médicos. Seus advogados dizem que vão recorrer da decisão.
As operações desnecessárias ocorreram entre 2005 e 2007 para que a instituição, apelidada de "clínica dos horrores" pela imprensa italiana, cobrasse subsídios do governo.
Entre os casos desnecessários, foram registrados os de dezenas de pacientes com tuberculose que tiveram seus pulmões retirados.
Uma garota de 18 anos de idade teve um seio removido quando a simples retirada de um nódulo teria sido suficiente, diz o jornal.
Em outro caso, uma senhora de 88 anos foi submetida a três cirurgias de pulmão quando apenas uma teria sido necessária.
Nova regra de ressuscitação dá prioridade à massagem cardíaca
Nova regra de ressuscitação dá
prioridade à massagem cardíaca
Os médicos deram uma "ajudinha" para quem tem a difícil missão de ressuscitar uma pessoa que sofreu de parada cardíaca. De acordo com as novas diretrizes de ressuscitação cardiopulmonar, divulgadas nesta semana, a massagem cardíaca sem a respiração boca a boca é tão eficaz quanto os dois procedimentos em sequência, quando realizada por leigos.
Segundo a AHA (American Heart Association), órgão americano que divulgou as novas normas nesta segunda-feira (18), as chances de sucesso de uma pessoa que faz a massagem cardíaca corretamente são praticamente as mesmas de quem opta pela dobradinha, além de contar com a vantagem de se ganhar tempo – essencial no processo.
Fotos: veja como fazer a ressuscitação
Pela nova norma, a respiração deve ainda ser padrão para os profissionais de saúde, que sabem fazê-la com a qualidade e agilidade adequada.
Se a vítima da parada cardíaca não receber nenhuma ajuda em até oito minutos, a chance de ela sobreviver não passa de 15%. Já ao receber a massagem, a chance aumenta para quase 50% até a chegada da equipe de socorro, que assumirá o trabalho.
Pela nova norma, o leigo que se deparar com uma pessoa desacordada deve seguir cinco passos até que os paramédicos cheguem – antes eram pelo menos oito. O cardiologista Hélio Penna Guimarães, do Hospital do Coração, de São Paulo, mostra quais são.
- 1º. Antes de ajudar o desacordado, tenha certeza de que o lugar é seguro para você e para fazer o atendimento. Caso contrário, serão duas vítimas.
- 2º. Avalie o nível de consciência da vítima, vendo se está acordada e perguntando se está bem.
- 3º. Peça ajuda. Solicite a quem aparecer para ligar para o resgate e peça também para trazerem um DEA (Desfibrilador Externo Automático), geralmente localizado em aeroportos, rodoviárias e shopping centeres.
- 4º. Ver se a pessoa tem algum sinal de vida, se está respirando. Para isso, recline a cabeça dela, levantando levemente o queixo para cima. Chegue próximo ao rosto e sinta se há respiração, mesmo que espaçada. Se não houver, comece a massagem cardíaca.
- 5º. Conhecida no termo médico como compressão torácica, a massagem cardíaca deve ser realizada no meio do peito (entre os dois mamilos), com o movimento das mãos entrelaçadas (uma em cima da outra) sob braços retos, que devem fazer ao menos cem movimentos de compressão por minuto, de forma rápida e forte.
Os movimentos servem para retomar a circulação do sangue e, consequentemente de oxigênio, para o coração e o cérebro, interrompida quando o coração para. Não espere mais de dez segundos para começar a compressão e a faça até o resgate chegar, sem qualquer interrupção. Como demanda esforço físico, tente revezar com outra pessoa, de forma coordenada, se puder.
O cardiologista explica que a mudança se deu com o intuito de facilitar o processo e impedir que pessoas desistam de fazê-lo pelo receio de encostar sua boca na boca de desconhecidos.
- Algumas pesquisas nos Estados Unidos mostraram que o número de ressuscitações havia diminuído muito em cidades onde o número era alto, por causa do medo de contrair doenças pela boca.
Embolia pulmonar é fatal em 22% das internações Apesar do alto poder de morte, doença é desconhecida por 78% dos brasileiros
Embolia pulmonar é fatal em 22% das internações
Apesar do alto poder de morte, doença é desconhecida por 78% dos brasileiros
A cada dez pessoas que dão entrada num hospital público por causa de embolia pulmonar (EP), pelo menos duas delas irão morrer. De acordo com o Datasus, do Ministério da Saúde, entre setembro de 2009 e agosto de 2010 (período de um ano), das 4.963 pessoas hospitalizadas no SUS, 1.087 morreram (21,9%). Apesar da alta taxa de mortalidade da doença, uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (26) mostrou que a embolia pulmonar é desconhecida por 78% dos brasileiros.
O levantamento foi realizado pelo Ibope a pedido da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). Dentre os 1.008 entrevistados, 39% já tinham ouvido falar da doença, mas não sabiam do que se tratava, enquanto outros 39% sequer conheciam a enfermidade.
O poder de morte da embolia pulmonar (21,9%) é maior do que o de outras doenças mais conhecidas, como o infarto agudo do miocárdio (com 12,8% de taxa de mortalidade), a tuberculose pulmonar (6,9%) e o mal de Alzheimer (18,8%).
A embolia pulmonar é uma complicação de outra doença: a trombose. O tromboembolismo venoso (TEV) ocorre quando um coágulo (trombo) bloqueia a circulação sanguínea. Quando esses trombos se fixam dentro de vasos profundos da perna, coxa ou pelve – os membros inferiores concentram 90% dos casos – a doença é chamada de trombose venosa profunda (TVP). Os sintomas mais comuns são inchaço da perna, endurecimento da panturrilha (empastamento) e aparecimento de veias e varizes.
O tratamento da TVP ocorre por meio de anticoagulantes que impedem o crescimento do trombo e a formação de novos coágulos. No entanto, se essa doença não for identificada e tratada, o trombo pode cair na corrente sanguínea e atingir o pulmão, bloqueando as artérias pulmonares – configurando a embolia pulmonar. Dependendo da obstrução provocada pelo êmbolo, os sintomas vão desde dificuldades na respiração até a morte.
Riscos maiores nos hospitais
Segundo o presidente da SBACV, Guilherme Pitta, é importante impedir a progressão da trombose e reduzir as dores e edemas para evitar sequelas e complicações, como a embolia pulmonar. O médico lista uma série de fatores de risco que aumentam as chances de uma pessoa desenvolver os trombos: AVC, câncer, infarto, tabagismo, idade superior a 40 anos, reposição hormonal, quimioterapia, gravidez, pós-parto, obesidade, presença de varizes, dentre outros.
Mas a situação que aumenta de forma significativa as chances de tromboembolismo venoso são as cirurgias, em especial aquelas que reduzem a mobilidade do paciente. De acordo com a pneumologista Ana Thereza Rocha, da UFBA (Universidade Federal da Bahia), o TEV ocorre mais frequentemente nos hospitais.
- Uma vez no hospital, o paciente precisa alertar seu médico [sobre os fatores de risco]. E o hospital precisa identificar o risco de TEV em todos os pacientes internados.
O acompanhamento dos hospitais, no entanto, está abaixo do esperado. Ana Thereza cita um estudo chamado Endorse, que foi feito em 2008 em 32 países. No Brasil, 1.295 pacientes de 12 hospitais foram avaliados. Os resultados mostraram que, apesar de 56% deles serem candidatos a desenvolver TEV, somente 51% recebiam o tratamento adequado.
- O TEV é assintomático em 80% dos casos. As dificuldades diagnósticas são múltiplas, por isso é importante a prevenção.
Segundo o coordenador de pneumologia da Rede D’Or Hospitais, João Pantoja, os riscos não são exclusivos do período de internação no hospital. Ele afirma que, mesmo quando os pacientes que passam por cirurgia deixam o hospital, é preciso manter o acompanhamento e o tratamento adequado com anticoagulantes para impedir a formação dos trombos.
Desconhecimento da população
Diante desse cenário de desconhecimento, a SBACV e a SBPT resolveram fazer o levantamento para identificar o grau de conhecimento dos brasileiros a respeito da trombose, tanto da trombose venosa profunda como de sua mais grave consequência, a embolia pulmonar.
O estudo revelou que a população não tem informações suficientes sobre a trombose e desconhecem os riscos de desenvolver a doença. Apesar de 56% da população afirmar que já ouviu falar da trombose, 57% desconhece seus sintomas e consequências. A embolia pulmonar é ainda mais desconhecida, com 78% dos brasileiros sem nenhum tipo de informação.
De acordo com Pitta, os resultados mostram que é preciso aumentar a conscientização da população sobre a doença.
- [Isso vai permitir] cobrarmos mais ações preventivas por parte dos hospitais, investir em programas de ação continuada, para identificar pacientes sob o risco de TEV no ambiente hospitalar e implementar a prevenção adequada. Estas medidas podem ajudar a evitar vários óbitos.
É consenso dos especialistas que, com a população mais informada, ela poderá interferir nos fatores de risco e alertar os profissionais de saúde sobre suas condições. Ainda assim, o diretor clínico do Hospital São Camilo, José Ribamar Branco, afirma que a responsabilidade por manter a segurança dos pacientes é das instituições de saúde.
- Os hospitais precisam gerenciar isso e identificar os pacientes de risco.
EUA proíbem remédio contra obesidade Qnexa pode causar riscos para a saúde do coração do usuário
EUA proíbem remédio contra obesidade
Qnexa pode causar riscos para a saúde do coração do usuário
O FDA (agência norte-americana que regulamenta os setores de alimentos e remédios) proibiu a venda do Qnexa, um remédio experimental contra a obesidade produzido pelo laboratório Vivus.
O órgão indicou em uma carta que "não pode aprovar o Qnexa em sua forma atual". Assim, o FDA seguiu, como faz muitas vezes, as recomendações de um comitê consultivo de especialistas, adotadas na metade de julho. Eles se pronunciaram contra a comercialização do medicamento, citando seus possíveis riscos cardíacos.
Qnexa era o primeiro medicamento para tratar a obesidade submetido à aprovação da FDA em dez anos.
Trata-se de uma combinação de dois fármacos que já estão no mercado: fentermina, derivado da anfetamina e utilizado para reduzir o apetite, e topiramato, um antiepilético que serve para tratar convulsões. Apesar de quase um terço dos americanos serem obesos ou estejam em sobrepeso, há poucos tratamentos no mercado.
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Anoréxicas correm mais riscos de gravidez não planejada e aborto induzido Mulheres com distúrbio alimentar podem engravidar mesmo com ciclo menstrual
Anoréxicas correm mais riscos de
gravidez não planejada e aborto induzido
Mulheres com distúrbio alimentar podem engravidar mesmo com ciclo menstrual irregular
Pesquisadores noruegueses e da Universidade Carolina do Norte (Estados Unidos) revelaram que mulheres anoréxicas estão mais sujeitas a gravidez não planejada e a aborto induzido do que as mulheres que não têm problemas alimentares.
Os cientistas avaliaram 62.060 mulheres, com idade média de 29,9 anos. Desse total, 62 sofriam de anorexia nervosa, com média de 26,2 anos.
O estudo revelou que 50% das anoréxicas grávidas não tinham planejado a gestação. Já entre as mulheres sem distúrbios alimentares, esse índice era de 18,9%. Com relação a aborto provocado, 24,2% das mulheres com anorexia relataram pelo menos um caso no passado, em comparação a 14,6% das outras.
De acordo com Cynthia Bulik, autora do estudo, esses resultados devem servir de alerta para as mulheres que sofrem de anorexia, pois muitas delas acreditam que não conseguem engravidar porque apresentam ciclo menstrual irregular.
- A anorexia não é um método contraceptivo. Só porque a mulher não está menstruando ou tem o ciclo irregular, não significa que ela não possa engravidar.
Para Cynthia, os médicos e profissionais de saúde que cuidam dessas pacientes devem falar com elas sobre sexualidade e métodos de prevenção de uma forma tão clara como é debatido com outras mulheres.
Além disso, a médica afirma que é preciso estar alerta às mulheres grávidas que enfrentam distúrbios alimentares para que elas recebam o tratamento adequado o mais rápido possível.
- A avaliação de problemas alimentares durante as visitas pré-natal é um excelente primeiro passo.
Do R7
Especialistas de SP vetam remédio distribuído pelo Ministério da Saúde
Especialistas de SP vetam remédio
distribuído pelo Ministério da Saúde
Droga usada para doença de Gaucher ainda está em estudo e não é aprovada
Parecer de especialistas que assessoram a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo concluído em setembro vetou o uso do medicamento taliglucerase nos pacientes com a doença de Gaucher. O motivo é a da falta de informações a respeito dos efeitos do remédio. Apenas quem passa por estudos clínicos continuam tomando a medicação.
A droga, que ainda está em estudo e não é aprovada no país, foi distribuída nas últimas semanas emergencialmente pelo Ministério da Saúde aos Estados mediante uma autorização especial da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O taliglucerase está substituindo um outro remédio que vinha sendo utilizado e que registrou desabastecimento mundial.
A doença de Gaucher é uma condição rara, causada pela incapacidade do organismo em metabolizar gordura, o que gera anemia e problemas ósseos. Atualmente 610 pessoas estão em tratamento no país, 172 delas em São Paulo. Alguns estão evitando tomar a medicação.
Apesar de a secretaria e o ministério não terem se manifestado oficialmente sobre os questionamentos até a conclusão desta reportagem, dados do parecer já vinham circulando entre médicos e pacientes – o que fez com que parte dos portadores abandonasse a terapia emergencial, mesmo com os sintomas.
Em nota oficial, o Ministério da Saúde reafirmou a segurança do remédio e destacou que o parecer não é a posição oficial da secretaria de São Paulo. A pasta estadual informou apenas que recomenda que os doentes revejam a prescrição com os seus médicos.
A discussão envolve um mercado de pelo menos R$ 52 milhões, custo da última compra emergencial, e drogas de pelo menos três multinacionais do setor farmacêutico - Pfizer, distribuidora da taliglucerase, Genzyme, fabricante da imiglucerase, que registrou o desabastecimento, e a droga miglustate, da Actelion, recomendada pelo grupo de especialistas para adultos com indicação.
Efeitos
O parecer do grupo da Secretaria Estadual de Saúde, enviado ao ministério no início de outubro, é assinado pelas médicas Ana Maria Martins, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Gilda Porta, da USP (Universidade de São Paulo), Jordana Fuzato, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), e Teresa Cristina Bortolheiro, da Faculdade de Medicina da Santa Casa.
O texto acusa o ministério de ferir princípios éticos das pesquisas com seres humanos e destaca que não há nenhum estudo publicado sobre a droga, fato que a fabricante Pfizer confirma. Também recomenda que se volte a comprar a droga da Genzyme para crianças, grávidas e aqueles que se recusarem a receber a taliglucerase, além de sugerir a compra da miglustate.
Resposta
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que o parecer do comitê assessor paulista “não representa o posicionamento oficial da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo”. A pasta estadual, porém, afirmou em esclarecimento que a decisão sobre o remédio para Gaucher cabe ao ministério, mas que recomenda aos pacientes reverem a prescrição com seus médicos.
Nas últimas semanas, os dois órgãos vêm se desentendo sobre o abastecimento de remédios e a segurança de fármacos do SUS.
Segundo destacou o ministério, a aquisição de taliglucerase foi “efetivada com a Pfizer porque o laboratório foi o único no mundo que garantiu (...) ser capaz de produzir o quantitativo necessário do medicamento”. A nota enfatiza que a compra “só ocorreu depois que a eficácia e a segurança (...) foram comprovadas à Agência Nacional de Vigilância Sanitária”. O ministério garante que todos os pacientes respondem bem à terapia, orientada em um guia. A pasta defendeu ainda que o miglustate é indicado só para pacientes refratários.
A Pfizer disse desconhecer os questionamentos do comitê e destacou que pacientes usam o remédio em testes “com bons resultados”.
Do R7
Dietas e emagrecimento rápido após o parto são perigosos
Dietas e emagrecimento rápido após o parto são perigosos
Sintomas de ansiedade, preocupação e depressão prejudica o aleitamento
Após o parto, muitas mulheres tentar conciliar a tarefa de ser mãe e recuperar forma ideal após os quilos ganhos com a gestação. Mas o desejo exagerado por voltar ao corpo normal, logo nas primeiras semanas após o nascimento do bebê, pode trazer consequências ruins, principalmente relacionadas ao aleitamento. A opinião é da fisioterapeuta Jeanine Campani, professora de fisioterapia do departamento de ginecologia e obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro. As informações são da Agência UFRJ de Notícias.
Segundo a especialista, após um parto, seja ele cesariana ou normal, o corpo da mulher passa por diversas modificações fisiológicas que farão com que a mulher retorne às suas condições anteriores à gestação, período chamado de puerpério.
- Por exemplo: o útero irá retornar a seu tamanho anterior, com isso toda estrutura abdominal, pélvica e óssea, que se alterou para permitir o seu crescimento acompanhando o desenvolvimento fetal irá retornar ao estado anterior. É preciso um tempo para o organismo retornar às suas condições fisiológicas anteriores à gestação.
Dietas feitas sem orientação de um médico também podem prejudicar o aleitamento, explica Jeanine.
- Mães que se utilizam de exageros para voltar à boa forma podem apresentar sintomas de ansiedade, preocupação e até depressão.
Estes fatores e outros podem prejudicar o aleitamento materno. Para que o aleitamento ocorra de forma correta, é preciso muita dedicação, tranquilidade e disponibilidade.
Jeanine alerta que, quando o foco de preocupação passa a ser o corpo, surge um conflito em algumas mulheres entre os cuidados do recém-nascido e a falta de tempo para se cuidarem.
- Nessa hora é preciso um equilíbrio entre ser mãe e ser mulher.
De que forma recuperar a forma ideal?
Existem vários fatores que podem influenciar o retorno do corpo após a gestação. Jeanine afirma que as mulheres magras não têm mais facilidade para voltar ao corpo ideal, pois existem inúmeros fatores que precisma ser observados.
- Estes fatores podem estar relacionados a complicações da gestação, peso adquirido durante a gestação, alimentação durante e após a gestação, entre outros. Logo, não podemos afirmar que o magro após a gestação retornará a seu peso anterior mais facilmente do que a pessoa que está acima do peso antes da gestação ou que aumentou mais do que a média.
A fisioterapeuta conta que recuperar o corpo não é apenas uma questão de estética. Além disso, há uma reorganização física, biológica e emocional do organismo após a gestação e o parto.
Os exercícios físicos, que são importantes nesse período, só devem ser praticados com a orientação de um médico. É preciso fortalecer a musculatura, reeducar a postura e equilibrar a mente e o corpo.
- Isto só conseguimos com a prática de atividades físicas específicas.
Outra dúvida frequente das mães, segundo Jeanine, é se o aleitamento emagrece ou se ele só tem eficiência se aliado a uma boa alimentação e à pratica de exercícios físicos.
- Perde-se peso amamentando somente sim, porém nem sempre quando perdemos peso voltamos à forma.
Do R7
Rio tem 43 casos de infecção por superbactéria em 2010
Rio tem 43 casos de infecção
por superbactéria em 2010
Três pessoas infectadas pela KPC morreram em hospitais; veja como evitar contaminação
O Rio de Janeiro confirmou 43 casos de infecção pela superbactéria KPC, resistente a praticamente todos os antibióticos disponíveis, em 2010. O número, que se refere ao período entre janeiro e 27 de outubro, já é maior que o alcançado em todo o ano passado (32).
Neste ano, houve três mortes de pessoas infectadas pelo micróbio, mas ainda não é possível dizer que a bactéria tem relação com o óbito – eram pacientes que já estavam em estado grave.
De acordo com Alexandre Chieppe, superintendente de vigilância ambiental e epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde, desde esta semana equipes estão visitando hospitais com UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para reforçar as medidas de controle de infecção hospitalar. A bactéria afeta principalmente pessoas em estado grave.
– Estamos reforçando a prevenção, mas não é caso de fazer alarme. Ainda estamos em um cenário em que essas bactérias estão muito restritas ao ambiente hospitalar.
Bactérias resistentes a antibióticos não são uma novidade dos hospitais, segundo especialistas. Esses micróbios se tornam multirresistentes por causa do uso abusivo de antibióticos – tanto em tratamentos no hospital quanto em casa.
Além disso, a falta de algumas medidas de higiene - como a incorreta higienização das mãos pelos profissionais de saúde - também explica a proliferação dessas bactérias. No caso da KPC, o que preocupa os especialistas é que essa enzima permite à bactéria se espalhar com mais facilidade do que as outras.
A transmissão ocorre por meio de contato direto, como tocar em outra pessoa, ou por contato indireto, como, por exemplo, pelo uso de um objeto em comum.
Apesar disso, especialistas alertam que não há motivo para pânico. Nos hospitais, os pacientes que estão infectados pela bactéria, ou com suspeita de infecção, estão sendo isolados dos demais.
O CFM (Conselho Federal de Medicina) fez recomendações para evitar a contaminação pela doença:
Visitantes ou acompanhantes de pacientes
- Se você é visitante ou está acompanhando algum paciente, antes de tocá-lo, lave bem as mãos com água e sabão.
- Evite contato físico com outros doentes e, se houver, não se esqueça de higienizar as mãos.
- Evite tocar em macas, mesas de cabeceira e equipamentos hospitalares. Se houver contato, lave as mãos antes de encostar novamente no doente.
- Verifique se o médico ou enfermeiro que atende o doente que você acompanha fez a lavagem de mãos ou a assepsia com álcool gel antes de examiná-lo. Você pode pedir que ele o faça, para evitar contaminação.
Profissionais de saúde
- Se você é médico ou profissional da saúde redobre sua atenção com as medidas de higienização.
- Higienize as suas mãos com frequência, especialmente antes e após o contato com o paciente, antes da realização de procedimentos invasivos, após risco de exposição a fluidos corporais e após contato com superfícies próximas ao paciente.
- As mãos devem ser lavadas com água e sabão e higienizadas, de preferência, com preparações alcoólicas para as mãos (sob a forma líquida, gel, espuma e outras) ou com água e sabonete líquido.
- Todos os produtos devem estar devidamente regularizados na Anvisa. Se as mãos estiverem com sujeira visível, o uso do sabonete é o mais indicado.
Do R7
Maioria dos brasileiros desconhece sintomas do AVC
Maioria dos brasileiros desconhece sintomas do AVC
Para especialistas em neurologia, é preciso ampliar a prevenção e o tratamento
Da Agência Brasil
A cada cinco minutos, um brasileiro morre por causa de um AVC (acidente vascular cerebral), segundo dados da ABN (Academia Brasileira de Neurologia), com base em informações do Ministério da Saúde. São quase 100 mil mortes por ano no Brasil. Nesta sexta-feira (29), Dia Mundial de Combate ao AVC, especialistas alertam que a maioria dos brasileiros desconhece os sintomas da doença e não procura o médico.
Na maioria dos casos, o AVC, popularmente chamado de derrame, é causado pelo entupimento de uma artéria cerebral por um coágulo, impedindo o sangue de chegar a outras áreas do cérebro. De acordo com Sheila Martins, do Departamento de Doenças Cerebrovasculares da ABN, a população prefere esperar para ver se haverá um quadro de melhora em vez de procurar o serviço de emergência.
Em 2008, uma pesquisa do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, da USP (Universidade de São Paulo), perguntou a 800 pessoas nas ruas das cidades de Ribeirão Preto, São Paulo, Salvador e Fortaleza quais eram os sintomas do AVC. Somente 15,6% dos entrevistados sabiam o significado da sigla. Ainda segundo a pesquisa, a maioria dos entrevistados confundiu a doença com paralisia, congestão, trombose ou nervosismo.
Os sintomas de um AVC são fraqueza ou dormência súbita em um lado do corpo, dificuldade para falar, entender ou enxergar, tontura repentina e dor de cabeça muito forte sem motivo aparente.
Para o neurologista e coordenador da pesquisa, Octávio Marques Pontes, o brasileiro não encara o AVC como uma doença que necessita de imediato atendimento médico porque acha que não existe tratamento.
- A doença está presente na vida das pessoas, mas a maioria vê como sem tratamento.
Segundo Pontes, desde 2001 está disponível na rede pública e privada o tratamento trombolítico, que consiste na aplicação de remédios para desobstruir a artéria e restabelecer o fluxo sanguíneo. Este método é considerado o mais eficaz para tratar um acidente vascular cerebral.
A recomendação é que o paciente inicie o tratamento cinco horas após o aparecimento dos primeiros sintomas. O atendimento rápido aumenta em 30% as chances de sobrevivência, segundo Pontes. Um levantamento da Associação Internacional de AVC (ISS, em inglês) constatou que 15% dos pacientes que sofrem um AVC podem morrer ou sofrer novamente o problema no prazo de um ano.
Os especialistas alertam ainda que é possível prevenir o acidente vascular desde que sejam adotados cuidados no decorrer da vida – entre eles praticar exercícios físicos, ter alimentação saudável e evitar o fumo, o consumo de álcool, além de ficar em alerta com as taxas de pressão e do colesterol. A doença incide na população com mais de 65 anos, mas pode ocorrer em jovens e até em recém-nascidos.
Além da prevenção, os médicos apontam ainda a necessidade de ampliar a rede com tratamento específico para o AVC. Atualmente, 62 hospitais públicos e privados oferecem o tratamento adequado, contra 35 em 2008, segundo a neurologista Sheila Martins.
Em um ranking nacional feito pela neurologista, o Rio Grande do Sul aparece com a maior taxa de mortalidade por AVC no país – 75 mortes por 100 mil habitantes. Em segundo lugar está o Rio de Janeiro, com 68 mortes por 100 mil habitantes, seguido por Piauí, Pernambuco e Paraná. O cálculo é baseado em estatísticas do Ministério da Saúde de 2007.
A Organização Mundial de AVC estima que uma em cada seis pessoas no mundo terá um acidente vascular cerebral na vida.
Do R7
Poluição afeta o desenvolvimento do feto durante gestação
Poluição afeta o desenvolvimento
do feto durante gestação
Pesquisas brasileiras mostram que o ar poluído afeta a saúde em vários aspectos
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Bebês sofrem com poluição e podem nascer com baixo peso
Bebês que nascem abaixo do peso normal. Internações por doenças cardiorrespiratórias. Infecções das vias aéreas. Infertilidade masculina. Redução significativa de recém-nascidos do sexo masculino. Estudos divulgados por pesquisadores brasileiros recentemente mostram como os danos à saúde causados pela poluição (tanto das queimadas, como dos carros e das fábricas) são mais extensos e graves do que se imaginava.
O preocupante nesse cenário é que, diferentemente de outras doenças, não há nada que a população possa fazer para se prevenir da poluição – a única estratégia que pode reduzir os impactos é controlar a emissão de poluentes.
Uma pesquisa realizada pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e pelo Instituto de Saúde Coletiva da UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso) revelou que as queimadas da Amazônia influenciam no desenvolvimento do feto durante a gestação.
Os resultados mostram que a alta exposição ao monóxido de carbono e a material particulado tem uma influência direta no nascimento de bebês com baixo peso (aqueles que nascem com menos de 2,5 kg). Material particulado são as partículas liberadas durante uma queimada. Além dos fragmentos maiores, alguns são tão finos que atingem o aparelho respiratório e a corrente sanguínea.
Ao comparar as mães que sofreram mais exposição a material particulado com aquelas que sofreram menos, o índice de recém-nascidos com baixo peso foi 26% maior no primeiro grupo.
Com relação ao monóxido de carbono, as mães que se expuseram mais a fumaça tiveram um índice 45% de recém-nascidos com baixo peso do que aquelas que sofreram menos exposição.
De acordo com Ageo Mário Candido Silva, pesquisador da UFMT e um dos autores do estudo, o monóxido de carbono inativa a hemoglobina, impedindo que o oxigênio da mãe chegue à placenta. Isso faz com que diminua a quantidade de oxigênio nas células do feto, comprometendo seu desenvolvimento.
Já o material particulado produz um processo inflamatório, gerando substancias tóxicas que também afetam o desenvolvimento do bebê. Para Ageo, a única forma de prevenir esses efeitos é reduzir as queimadas na região.
- O primeiro trimestre da gestação é o da formação. O segundo é o da definição e o terceiro é o da engorda. As maiores ocorrências de baixo peso foram no segundo trimestre, para material particulado, e no terceiro trimestre, para monóxido de carbono.
Os pesquisadores avaliaram todos os nascimentos de 2004 e 2005 em 18 municípios das duas regiões com os maiores índices de queimada no Mato Grosso: Alta Floresta e Tangará da Serra.
Para garantir que os dados pudessem apresentar uma estimativa real da influência das queimadas na gestação, foram excluídos da análise os bebês prematuros, os gêmeos e aqueles cujas mães não dispunham de informações suficientes. Outras variáveis que poderiam influenciar no resultado também foram consideradas, como o sexo do recém-nascido, a escolaridade e faixa etária materna, além do número de consultas pré-natal.
Doenças respiratórias
O problema que as mães do Mato Grosso enfrentam é o mesmo por que passam aquelas das regiões metropolitanas. E a exposição à poluição pode até ser mais grave, de acordo com Eduardo Borges da Fonseca, presidente da Comissão de Medicina Fetal da Febrasgo (Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia).
- Quando falamos da poluição de uma cidade como São Paulo, não é apenas monóxido de carbono. O efeito estufa concentra uma série de substâncias tóxicas, que são liberadas pelas fábricas, e aerossóis, dentre outros.
Uma pesquisa divulgada na última semana de outubro pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) comprovou que o acúmulo de partículas e gases nocivos na atmosfera estão provocando doenças respiratórias pré-existentes e podem aumentar o índice de infecções das vias aéreas superiores e pneumonia dos moradores da cidade de São Paulo, em diferentes faixas etárias.
Segundo o presidente do departamento de neonatologia da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), Renato Procianoy, há estudos indicando que, além de nascer com baixo peso, podem nascer mais bebês prematuros.
Outras hipóteses mostram, de acordo com Procianoy, que essa poluição ambiental também poderia afetar o neurodesenvolvimento das crianças – elas teriam um QI um pouco mais baixo.
- As mães não têm o que fazer. O que tem de ser feito é controle ambiental. Essa deve ser a preocupação das pessoas, para que controlem o ar das grandes cidades.
Infertilidade e sexo
De acordo com Fonseca, da Febrasgo, além de provocar restrição do crescimento fetal, essa poluição aumenta a taxa de aborto e a taxa de infertilidade dos dois sexos.
- Isso porque ficam lesados tanto o espermatozoide quanto a fixação do ovo fecundado no útero [processo chamado nidação]. A melhor prevenção é evitar as queimadas e a poluição. Não tem o que fazer.
O urologista Jorge Hallak, coordenador da unidade de toxicologia reprodutiva da USP, vem estudando há alguns anos os efeitos da poluição atmosférica e ambiental sobre a saúde dos homens.
Ao avaliar alguns trabalhadores de rua da capital paulista, como os fiscais de trânsito (“marronzinhos” da CET), e compará-los com homens inférteis e férteis, foram observadas alterações no sêmen dos três grupos de moradores paulistanos. Em alguns aspectos, diz Hallak, o sêmen dos trabalhadores de rua chega a ser de pior função que o dos inférteis.
- Isso não quer dizer que eles sejam inférteis, mas já mostram sinais de deterioração do sêmen. A poluição é, assim, um dos fatores de infertilidade. Há ainda uma tendência de conversão de testosterona [hormônio responsável por características masculinas] em hormônios femininos.
Outra pesquisa em andamento pelo grupo de Hallak revela que a poluição reduz o número de recém-nascidos do sexo masculino. O que justifica esses resultados, segundo o médico, é que os oócitos são mais propensos a serem fecundados por um espermatozoide carregando cromossomo X (presente em homens e mulheres) e que as substâncias tóxicas afetam mais os espermatozoides com o cromossomo Y (que determina o sexo masculino).
Do R7
sábado, 2 de outubro de 2010
Hospital será leiloado para pagar R$ 10 milhões por indenização de HIV em transfusão de sangue
Hospital será leiloado para pagar R$ 10 milhões por indenização de HIV em transfusão de sangue
Sep.30, 2010 in Denuncia, Noticias, Sem Sangue, ciência e História Leave a Comment
Araras
Paciente teria sido contaminada pelo HIV durante transfusão de sangue
O prédio da Santa Casa de Araras, na região Central do Estado de São Paulo, será leiloado por decisão da Justiça. O dinheiro será usado para pagar uma indenização de quase R$ 10 milhões a uma fonoaudióloga, que disse ter sido contaminada com vírus HIV durante uma transfusão de sangue.
O processo já corre há quase 20 anos. A Justiça condenou o hospital a pagar 20 salários mínimos por mês para a paciente fazer o tratamento da doença. “Ela pega remédio no estado. Ela não paga para se tratar e já recebeu R$ 570 mil”, disse o diretor geral da santa casa, Fábio Baggio Gagliardi.
Agora, a fonoaudióloga quer uma indenização por danos morais. Como a santa casa não tem dinheiro, e sim uma dívida de R$ 3 milhões, a Justiça determinou que o prédio do hospital seja leiloado.
A santa casa vai pedir a reabertura do processo. O argumento é de que a mulher não conseguiu provar que realmente foi contaminada no hospital. “Ela se negou a fazer outro exame de HIV e se negou a entregar o prontuário do médico dela de São Paulo”, ressaltou Gagliardi.
O hospital realizou, somente no ano passado, 89.934 atendimentos ambulatoriais, 4.793 cirurgias e 1.105 partos. Além disso, há 238 pacientes em quimioterapia, 102 em hemodiálise, além de 729 funcionários e 149 médicos.
Ainda segundo Gagliardi, o hospital pode fechar as portas caso perca o prédio, já que não há dinheiro para o aluguel. Mesmo se o processo não for reaberto, o hospital ainda pode recorrer do valor da indenização.
A equipe da EPTV procurou a fonoaudióloga, mas ela não quis dar entrevista e também não autorizou o advogado a falar sobre o caso.
Fonte: EPTV
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Revista Brasileira de Anestesiologia - Transfusão sangüínea no intra-operatório, complicações e prognóstico
INTRODUÇÃO
Nos Estados Unidos, em 1986, o número de bolsas transfundidas foram quase 12,2 milhões e atualmente mais de 14 milhões de unidades de sangue são administradas por ano, sendo dois-terços no período perioperatório 1,2. Assim, consideráveis evidências sugerem que transfusões aumentam o risco de complicações e mortes 3,4, sobretudo em pacientes cirúrgicos 5,6.
A transfusão sangüínea tem papel fundamental no tratamento da anemia grave em pacientes cirúrgicos. A anemia é uma condição que pode levar a aumento da morbidade e mortalidade associadas à hipóxia tissular generalizada. Por outro lado, o tratamento com transfusões sangüíneas não é isento de efeitos adversos.
Pacientes transfundidos têm maior mortalidade na unidade de terapia intensiva (UTI) e hospitalar, maiores ocorrências de falências de órgãos e maior tempo de permanência na UTI 7,8. Além disso, a transfusão sangüínea está associada à infecção nosocomial e essa associação tem relação direta com o número de unidades transfundidas (quanto maior o número de unidades maiores as freqüências de infecções nosocomiais) 9.
Herbert e col. realizaram um grande estudo multicêntrico e aleatório na tentativa de definir qual a melhor estratégia de tratamento de anemia em pacientes graves que trouxesse mais benefícios e menos riscos. Esses autores demonstraram que uma estratégia restritiva de transfusão (transfusão com valores de hemoglobina menor que 7,0 g.dL-1) é tão, e possivelmente mais, eficaz do que uma estratégia liberal (transfusão com valores de hemoglobina menor que 10,0 g.dL-1). Com base nesses resultados, atualmente recomenda-se transfusão para tratamento de anemia quando as concentrações séricas de hemoglobina são menores que 7,0 g.dL-1, com o objetivo de manter a hemoglobina entre os valores de 7,0 a 9,0 g.dL-1 10.
Dados recentes mostram que as mudanças na prática da transfusão de sangue ainda são sutis. Alguns estudos têm demonstrado valores médios de hemoglobina utilizados como gatilho para determinar transfusões iguais a 8,4 g.dL-1, nos quais 30% das transfusões foram realizadas com níveis de hemoglobina acima de 9,0 g.dL-1 11.
Entretanto, há poucos estudos clínicos prospectivos na literatura em pacientes cirúrgicos avaliando a real necessidade de transfusão sangüínea no intra-operatório. Nesse contexto, a avaliação da prática atual de transfusão em pacientes cirúrgicos é relevante, além de considerar as possíveis complicações associadas a esse procedimento tão comum na prática médica moderna.
Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a prática atual de transfusão sangüínea, verificando as características, as complicações associadas e os fatores de riscos determinantes de morte em pacientes cirúrgicos que necessitaram de transfusões no intra-operatório.
MÉTODO
Após aprovação deste estudo pela Comissão de Ética do hospital, o estudo foi conduzido no centro cirúrgico de um hospital terciário.
Participaram deste estudo os pacientes consecutivamente submetidos a operações que necessitaram de transfusões sangüíneas no intra-operatório, durante o período de 1º de novembro de 2006 a 1º de novembro de 2007.
Todos os pacientes com idade igual ou maior 18 anos foram incluídos. Os pacientes excluídos do estudo foram os testemunhas de Jeová, pacientes com isquemia cerebral aguda ou hipertensão intracraniana, pacientes de operações cardíacas ou com insuficiência coronariana aguda, pacientes que receberam transfusões sangüíneas recente (menos de duas semanas) e pacientes que se recusaram a participar do estudo.
Como padronização da coleta de dados, os piores valores de 24 horas antes da operação, das variáveis fisiológicas e laboratoriais foram utilizados para cálculo dos escores APACHE II 12, SOFA 13, MODS 14 e POSSUM 15. Esses índices foram utilizados para determinar a gravidade dos pacientes, assim como a classificação ASA (American Society of Anesthesiologists) 16.
O escore APACHE II (Acute Physiology and Chronic Health Evaluation) é composto de duas partes: o escore fisiológico com 12 variáveis, que representa o grau de comprometimento da doença atual e a avaliação do estado de saúde prévio à admissão hospitalar, indicadora da condição pré-mórbida. O SOFA (Sequential Organ Failure Assessment) e o MODS (Multiple Organ Dysfunciton Score) adicionam informações relacionadas com disfunções de órgãos, tais como cerebral, respiratória, cardíaca, hepática, renal e coagulação. Também foi utilizado o escore POSSUM (Physiological and Operative Severity Score in the enUmeration of Mortality and morbidity), desenvolvido para avaliar a gravidade em pacientes cirúrgicos, que utiliza variáveis fisiológicas prévias à operação, variáveis do intra-operatório e variáveis do pós-operatório imediato.
Em adição, foi considerado como valor de hemoglobina para coleta de dados o valor até 24 horas antes da operação, o valor imediatamente ao momento da indicação para transfusão e o valor após o término do procedimento. Os pesquisadores não exerceram qualquer influência na terapêutica dos pacientes.
Os pacientes foram acompanhados até o desfecho no hospital, verificando se houve desenvolvimento de insuficiência orgânica, tais como choque (necessidade de fármacos vasoativos por tempo maior que uma hora), insuficiência renal aguda (IRA), síndrome da angústia respiratória do adulto (SARA), alterações de cognição e comportamento, infecções, hipoperfusão tecidual, presença de fístulas digestivas e se houve evolução para alta ou óbito hospitalar.
Os marcadores de hipoperfusão tecidual utilizados foram lactato arterial, diferença de bases, saturação venosa central, diurese e diferença de pressão de CO2 venoso e arterial. Quando dois desses marcadores estivessem alterados o diagnóstico de hipoperfusão tecidual era determinado. Os valores considerados alterados foram: lactato arterial maior do que 2 mmol.L-1 17, diferença de base menor que -4 meq.L-1 18, saturação venosa de oxigênio menor que 70% 19, diurese menor que 0,5 mL.Kg-1.h-1 20 e diferença de pCO2 venoso e arterial acima de 7 mmHg 21.
Os dados foram inseridos em um banco de dados eletrônico (Excel - Microsoft) e posteriormente analisados por meio de um programa estatístico (SPSS 13.0).
Inicialmente foram descritas as características demográficas, clínicas e fisiológicas dos pacientes inclusos no estudo. Para a descrição das variáveis categóricas foram calculadas as freqüências e porcentagens. As variáveis quantitativas foram descritas com o uso de medidas de tendência central e de dispersão.
Pacientes transfundidos foram comparados entre sobreviventes (Grupo 1) e não-sobreviventes (Grupo 2). O método estatístico empregado para variáveis categóricas foi o teste de Qui-quadrado e para variáveis contínuas utilizou-se o teste t de Student. Todos os testes estatísticos foram bicaudais e o nível de significância utilizado foi de 0,05.
A regressão logística empregada por meio de análise em stepwise tinha como objetivo identificar fatores de riscos independentes e controlar efeitos das variáveis de confusão (variáveis mutuamente ajustadas). Variáveis que apresentaram probabilidade de significância (valor p) menor que 0,2 na análise univariada entre sobreviventes e não-sobreviventes foram consideradas candidatas ao modelo de regressão múltipla. Odds ratios (OR) e seus respectivos intervalos de confiança 95% foram estimados pela regressão logística.
RESULTADOS
Durante o período de 1° de novembro de 2006 a 1° de novembro de 2007 foram incluídos 80 pacientes, 37 pacientes masculinos e 43 pacientes femininos, com idade média de 68,4 anos. Vinte e um pacientes foram excluídos, conforme os critérios estabelecidos. Operações eletivas foram mais freqüentes (81,3%) e as abdominais foram prevalentes com 43,8% dos casos, sendo a anestesia geral com bloqueio do neuroeixo, a mais realizada (48,1%), seguida da anestesia geral combinada (46,8%)
No momento da transfusão sangüínea, os pacientes apresentavam valores médios de hemoglobina e hematócrito iguais, respectivamente, a 8,2 ± 1,8 g.dL-1 e 24,3 ± 5,3%, com prevalência maior de transfusão sangüínea nos pacientes com hemoglobina pré-transfusão entre 8 e 9 g.dL-1.
As concentrações séricas de hemoglobina dos pacientes diminuíram no período pós-operatório com relação ao pré-operatório (Figura 2).
Os pacientes apresentaram 57,5% de complicações no pós-operatório e as mais freqüentes até 28 dias após a transfusão sangüínea incluíram infecções (36,3%), alterações dos marcadores de hipoperfusão tecidual (30,0%), choque (22,5%), IRA (12,5%), alterações de cognição (11,3%), fístulas digestivas (6,3%) e SARA (5,0%).
Na análise univariada as variáveis que apresentaram diferenças estatísticas significativas com relação aos pacientes não-sobreviventes e sobreviventes foram: idade (77,3 ± 9,9 anos não-sobreviventes versus 65,3 ± 14,2 anos sobreviventes, p = 0,001), APACHE II (16,7 ± 5,5 não-sobreviventes versus 12,5 ± 3,2 sobreviventes, p < 0,001), POSSUM (46,1 ± 11,1 não-sobreviventes versus 34,4 ± 9,9 sobreviventes, p < 0,001), ASA III e IV (42,9% não-sobreviventes versus 15,5% sobreviventes, p = 0,01), operações de urgência (47,6% não-sobreviventes versus 8,5% sobreviventes, p < 0,001), hemoglobina basal (11,6 ± 1,6 g.dL-1 não-sobreviventes versus 12,4 ± 1,5 g.dL-1 sobreviventes, p = 0,05) e freqüência cardíaca no momento da transfusão (85,8 ± 17,3 bpm não-sobreviventes versus 77,8 ± 14,5 bpm sobreviventes, p = 0,04.
Todavia, as variáveis que apresentaram p < 0,2 na análise univariada foram submetidas à regressão logística, na tentativa de controlar efeitos que possam causar confusão (variáveis mutuamente ajustadas), sendo os escores APACHE II (OR = 1,34, IC 95% 1,102 - 1,622), POSSUM (OR = 1,08, IC 95% 1,008 - 1,150) e o número de concentrados de hemácias transfundidas (OR = 2,22, IC 95% 1,100 - 4,463) fatores independentes de morte na regressão.
Assim, o número de concentrados de hemácias transfundidos foi diretamente proporcional às complicações e mortalidade, ou seja, quanto maiores os números de unidades de sangue que os pacientes receberam no intra-operatório, maiores as complicações e ocorrências de mortes no pós-operatório.
DISCUSSÃO
Diversos estudos têm demonstrado que a estratégia restritiva de transfusão sangüínea é segura e eficaz. Contudo, assim como em outros estudos 11, esta pesquisa evidenciou que o valor de hemoglobina para a decisão de transfusão de hemácias foi elevado, sendo a maioria dos pacientes transfundidos quando apresentavam hemoglobina entre 8 e 9 g.dL-1 e houve uma quantidade considerável de pacientes transfundidos com hemoglobina maior do que 10 g.dL-1. Além disso, a quantidade de unidade de concentrado de hemácias transfundidas foi, em média, de 2,2 unidades por paciente.
Portanto, a elevada mortalidade observada (26%), apesar de pacientes com baixo risco de morte, sendo a maioria considerada ASA II e APACHE II escore ao redor de 13, pode estar relacionada com a decisão de grande quantidade de transfusão sangüínea em valores de hemoglobina elevados. Além disso, foi observada alta ocorrência de complicações pós-operatórias (57,5%), com freqüência significativa de infecções.
Atualmente, transfusões de sangue são consideradas seguras. Entretanto, complicações associadas a transfusões continuam a ocorrer. O benefício esperado da transfusão sangüínea é melhorar imediatamente a oferta de oxigênio, ou seja, prevenir a lesão celular, porém é difícil demonstrar esses benefícios na prática clínica atual.
As complicações decorrentes da transfusão podem ser divididas em infecciosas e não-infecciosas. Entre as complicações não-infecciosas constam as relacionadas com a imunomodulação, que podem aumentar o risco inerente à própria infecção, bem como a lesão pulmonar aguda e outras do tipo erros humanos, como a identificação incorreta de unidades de sangue-pacientes, ou erros na identificação do tipo de sangue, que podem causar reações hemolíticas graves 22.
A lesão pulmonar relacionada com transfusão é uma das complicações mais graves das causas não-infecciosas. Estima-se freqüência em torno de 1 para 5.000 transfusões 22. A ocorrência de SARA neste estudo foi pequena, mas considerável para o tamanho da população estudada, o que pode estar relacionado com a alta quantidade de transfusões realizadas.
Em adição, neste estudo tanto o valor de hemoglobina pré-operatória como a pré-transfusão não foram capazes de determinar a evolução prognóstica dos pacientes, conseqüentemente a avaliação simples do valor de hemoglobina parece ser insuficiente para a decisão de transfusão sangüínea.
Concentração sérica de hemoglobina seria uma variável de fácil obtenção e utilização e, de fato, foi utilizada durante muitos anos como guia para o início da transfusão. No entanto, a concentração ótima de hemoglobina varia consideravelmente de um paciente para o outro e inclui múltiplos fatores, como idade, doenças crônicas preexistentes (coronariopatia), diagnóstico presente e causa de base da anemia.
A simples utilização do nível mínimo de hemoglobina abaixo do qual todos os pacientes deveriam ser transfundidos e de valores específicos para determinados grupos de pacientes também é inflexível.
Atualmente, as recomendações suportam níveis de hemoglobina em torno de 7 g.dL-1 para indicar o início da transfusão 23. Em adição, estudo em voluntários humanos com hemodiluição isovolumétrica encontrou concentração de hemoglobina < 5,0 g.dL-1, o que não resultou em evidente metabolismo anaeróbico 24. Estudos em pacientes testemunhas de Jeová mostraram que a sobrevivência é possível com níveis ainda mais baixos de hemoglobina. Em um relato de caso de um paciente que atingiu hemoglobina de 1,8 g.dL-1, não houve grandes complicações e apresentou boa evolução hospitalar 25, porém extrapolar esse resultado torna-se manobra muito arriscada na prática clínica diária.
O contínuo debate entre riscos e benefícios com relação à transfusão sangüínea deixa dúvidas com relação ao perfil do paciente que deve realmente receber concentrados de hemácias, sendo o mais importante a avaliação individual de cada paciente e o grau de anemia que ele pode tolerar.
No entanto, resta ainda saber como tal paciente deve ser avaliado para a tomada de decisão de se administrar concentrados de hemácias. Assim, os exames clínicos, conjuntamente com os dados referentes ao diagnóstico e comorbidades prévias, podem ajudar a determinar a necessidade de transfusão.
Na população do presente estudo, dois escores ganharam destaque na avaliação prévia dos pacientes: o APACHE II 12 e o POSSUM 15. Eles têm sido demonstrados em diversos estudos como importantes avaliadores prognósticos, sendo considerados melhores do que a classificação ASA, SOFA ou MODS à regressão logística desta pesquisa, aumentando o risco de morte conforme se encontraram mais elevados. Todavia, esses escores envolvem diversas variáveis clinicas e fisiológicas prévias, tornando-os pouco utilizados na rotina diária de avaliação de pacientes cirúrgicos, o que não os invalida como excelentes marcadores prognósticos. O escore APACHE II tem sido muito utilizado na admissão dos pacientes de unidades de terapia intensiva e o POSSUM foi recentemente validado para pacientes cirúrgicos; portanto, esses escores mostraram-se importantes para a avaliação da amostra em questão.
Por outro lado, determinar a quantidade de unidades de hemácias que deveriam ser transfundidas parece ser importante para determinar a evolução dos pacientes cirúrgicos. Em um importante estudo 4 em pacientes de unidade de terapia intensiva, demonstrou-se que a quantidade de transfusão realizada estava diretamente relacionada com a incidência de infecção, semelhante ao demonstrado nesta pesquisa, pois a maior prescrição de concentrado de hemácias pode proporcionar aumento das complicações pós-operatórias e, em conseqüência, maior mortalidade, sendo o risco de morte com a utilização de uma unidade adicional de concentrado de hemácias nesta amostra igual a 2,22.
A decisão para a transfusão e a quantidade de unidades transfundidas deve ser parcimoniosa e precisa. Os pacientes que necessitam de transfusões no intra-operatório, independente da operação que ocorra, devem ser avaliados cuidadosamente e são pacientes de elevados riscos no pós-operatório. Estratégias para evitar perdas de sangue 26,27 e para aumentar a produção de hemácias podem também ser importantes no manuseio de pacientes cirúrgicos.
Embora este estudo tenha demonstrado algumas questões a respeito da prática de transfusão no intra-operatório, deve-se considerar que não se trata de estudo multicêntrico e o tamanho da amostra é pequeno, o que torna necessária a realização de novos estudos para a confirmação desses resultados.
Nas condições deste estudo foi possível concluir que a anemia foi comum em pacientes cirúrgicos e resultou em numerosas transfusões sangüíneas. Porém, há poucas evidências que transfusões sangüíneas sejam benéficas em pacientes cirúrgicos, como observado nessa coorte prospectiva.
A despeito do grande número de publicações com relação à estratégia restritiva de transfusão observou-se, nessa coorte de pacientes cirúrgicos, alto valor de hemoglobina e número elevado de concentrados de hemácias para decisão de transfusão. Os escores APACHE II e POSSUM elevados e maior número de concentrados de hemácias foram fatores de risco independentes que determinaram pior prognóstico pós-operatório nessa população.
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Transfusão sangüínea no intra-operatório, complicações e prognóstico
Pertenece a: SciELO Brasil - Scientific Electronic Library Online
Descripción: JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Transfusões sangüíneas no intra-operatório estão associadas a aumento de complicações no pós-operatório e custos hospitalares. Portanto, este estudo avaliou as características, complicações e possíveis fatores de riscos para morte em pacientes cirúrgicos que necessitaram de transfusões sangüíneas no intra-operatório. MÉTODO: Coorte prospectiva, durante período de um ano, no centro cirúrgico de hospital terciário. Incluíram-se pacientes com idade acima de 18 anos que necessitaram de transfusões sangüíneas no intra-operatório. Testemunhas de Jeová, pacientes que receberam transfusões prévias, falência coronariana e lesão encefálica aguda foram excluídos. RESULTADOS: O estudo envolveu 80 pacientes, com idade média de 68,4 ± 14,1 anos. Os pacientes ASA II foram prevalentes com 69,6% dos casos, os escores APACHE II e POSSUM foram em média, respectivamente, 13,6 ± 4,4 e 37,5 ± 11,4. A hemoglobina média no momento da transfusão era 8,2 ± 1,8 g.dL-1 e 19% dos pacientes apresentavam hemoglobina maior que 10 g.dL-1. Os pacientes receberam em média 2,2 ± 0,9 UI de concentrados de hemácias. A mortalidade hospitalar foi 26,3%. As complicações pós-transfusões totalizaram 57,5% dos casos no pós-operatório e a mais freqüente foi infecção. Foram fatores independentes de morte na regressão logística os escores APACHE II (OR = 1,34; IC 95% 1,102 - 1,622), POSSUM (OR = 1,08; IC 95% 1,008 - 1,150) e número de unidades de concentrados de hemácias recebidas (OR = 2,22; IC 95% 1,100 - 4,463). Quanto maior o número de transfusões sangüíneas, maiores as incidências de complicações e mortalidade. CONCLUSÕES: O valor de hemoglobina e o número de unidades de concentrados de hemácias utilizados foram elevados comparados com os estudos que preconizam estratégias restritivas. Foi encontrada nesta amostra alta incidência de complicações, principalmente infecções, e elevada mortalidade. Os escores APACHE II, POSSUM e maior número de transfusões foram fatores de riscos independentes de pior prognóstico no pós-operatório.
Autor(es): Silva Junior,João Manoel - Cezario,Thiago Abreu - Toledo,Diogo O. - Magalhães,Danielle Dourado - Pinto,Marco Aurélio Cícero - Victoria,Luiz Gustavo F. -
Entrevista com o Prof. Dr. Luiz Antonio Vane
Transfusão Sangüínea: Complicações e
Aspectos Gerais
Entrevista com o Prof. Dr. Luiz Antonio Vane
Professor Titular do Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Medicina
de Botucatu, da Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho”
Por Luciana Rodriguez
Prof. Dr. Luiz Antonio Vane
São inerentes às estratégias terapêuticas da transfusão sangüínea, algumas implicações e complicações. No caso da transfusão sangüínea, por poder representar risco ao paciente, mas necessária e imprescindível em algumas situações, a decisão em transfundir deve ser baseada no fato de que o benefício deve ser muito maior que o risco. A crescente incidência de doenças como a hepatite C e a aids nas últimas décadas aumentou a preocupação e a precaução em relação às transfusões sangüíneas.
O Professor Titular do Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Medicina de Botucatu, da Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” (UNESP), Dr. Luiz Antonio Vane, destacou nesta entrevista à Prática Hospitalar as complicações em transfusão sangüínea, a decisão em transfundir e o uso de sangue autólogo. Confira a seguir as considerações do especialista.
COMPLICAÇÕES DA TRANSFUSÃO SANGÜÍNEA
Entre as complicações mais comuns em transfusão sangüínea, podemos destacar as reações hemolíticas, que ocorrem mais comumente de duas maneiras: Intravasculares - incompatibilidade ABO, e Extravasculares - Antígeno eritrocitário e Anticorpos IgG (Rh). São basicamente conseqüentes a erros na tipagem, na identificação da bolsa, na identificação do paciente e por sensibilização anterior, quer por transfusão ou parto. Apresentam quadro clínico bastante exuberante, destacando-se durante anestesia geral a hipotensão, o sangramento e a oligúria.
Também as reações imunoalérgicas, a imunomodulação da transfusão, podem ocorrer. São mediadas por histamina, leucotrienos, prostaglandinas e fator ativador plaquetário, onde o paciente apresenta hipotensão arterial, broncoespasmo e urticária, entre outros. Destaca-se também o TRALI (Transfusion Related Acute Lung Injury), que são reações Ag-Ac (Ac-granulócitos ou Ac-linfocitotóxicos), podendo ser conseqüente à transferência passiva anterior (gestação) ou por transfusão. Esta reação ocasiona dano ao endotélio vascular pulmonar, comprometendo a permeabilidade capilar, podendo chegar ao edema pulmonar. Ocorre durante ou imediatamente após transfusão, com quadro de falência respiratória aguda, semelhante a SARA, mas com PVC normal ou até diminuída, o que serve de diagnóstico diferencial. O quadro engloba ainda hipóxia, febre e hipotensão arterial. E, finalmente, há um risco transfusional de transmissão de doenças, entre elas a hepatite B, hepatite C, HIV, HTLV e citomegalovírus.
A principal preocupação da população é com relação à transmissão destas doenças, especialmente a aids e a hepatite C, que têm sido um dos grandes problemas. No entanto, hoje, com os testes laboratoriais e as condições dos laboratórios, o refinamento das técnicas fez com que este risco diminuísse significativamente. Quando falamos, por exemplo, da transmissão de aids, a estatística é de menos de 1 para 600.000 transfusões.
Outras complicações relacionadas à transfusão sangüínea são: intoxicação pelo citrato (CPD), que é o anticoagulante usado, alterações do equilíbrio ácido-base, hiperpotassemia, hipotermia, formação de microêmbolos, reações transfusionais diversas, e diminuição no 2,3 DPG, que desloca a curva da dissociação da hemoglobina para a esquerda, dificultando a liberação do oxigênio para os tecidos.
DECISÃO EM TRANSFUNDIR
Quanto à decisão em transfundir, sempre cabem perguntas e algumas indecisões, como: até que nível de hemoglobina (Hb) o transporte de oxigênio para os tecidos é seguro? Essa resposta não é simples e vários estudos tentam definir este nível, sem, contudo chegar a um grande consenso. Porém, algumas regras básicas já estão bem definidas na indicação de sangue, como perda sangüínea > 20% da volemia ou > 1.000 ml, nível de Hb < 8 g/dl, ou Hb < 10 g/dl com grandes cirurgias, Hb < 10 g/dl com uso de sangue autólogo ou Hb < 12 g/dl se o paciente for ventilador-dependente, e também, alguns dados clínicos como freqüência cardíaca, pressão arterial média, débito urinário e estado de consciência, se possível de ser avaliado.
Outros parâmetros também são usados. A Sociedade Americana de Anestesiologia (ASA) define como limite para indicação de sangue níveis de Hb de 6 g/dl, especialmente se a anemia for aguda, Hb > 6 < 10 g/dl se a oxigenação estiver inadequada, e que quando os níveis de Hb estiverem maiores que 10 g/dl, raramente está indicada transfusão.
O FDA Drug Bulletin deu a seguinte definição para este problema: uma adequada capacidade de transporte de oxigênio pode ser obtida com hemoglobina de 7 g/dl ou menor, se o volume intravascular estiver adequado para uma boa perfusão.
Desta forma, resumidamente, a transfusão sangüínea deve ser feita na presença de oxigenação tecidual inadequada.
USO DE SANGUE AUTÓLOGO
Sangue é um produto que se possível deve ser evitado, pois a reposição volêmica prevê que o volume circulante pode e deve ser reposto, inicialmente, com cristalóides e até cristalóides/colóides, mas se houver indicação de transfusão, é importante levar em consideração alguns pontos, entre eles se o sangue a ser transfundido é autólogo ou homólogo. Com o uso do sangue autólogo, ou seja, sangue doado pelo próprio paciente antes da cirurgia, a técnica, apesar de mais segura, também não é totalmente isenta de risco, porque no momento em que o sangue é retirado e após, reintroduzido no organismo, ele sofre modificações, mas o risco ainda é menor quando comparado ao sangue homólogo. Porém, algumas complicações podem ocorrer, resultantes da transfusão com sangue autólogo, tais como anemia, isquemia miocárdica pré-operatória, geralmente ocasionada pela própria anemia, hemólise, contaminações diversas, coagulopatia dilucional, troca de bolsa ou de paciente, entre outras. Por estes motivos, alguns países não indicam mais a técnica, baseada no fato de que os testes laboratoriais são hoje bastante confiáveis, o que permite o uso de sangue homólogo com segurança comparável ao uso do sangue autólogo, além do que o custo para o uso de sangue autólogo é muito maior. Por outro lado, técnicas de conservação de sangue permitem sua manutenção em até dez anos, e algumas pessoas utilizam-se desse benefício e deixam seu sangue armazenado para caso de necessidade em urgência, como em acidentes, pagando por isso muito dinheiro.
As formas de aquisição de sangue autólogo são: Doações prévias, onde o paciente comparece ao hemocentro e doa sangue para seu próprio uso; Hemodiluição Normovolêmica Aguda, onde o paciente doa sangue imediatamente antes da cirurgia, segundo cálculo de seu volume sangüíneo total de seu hematócrito, com reposição por cristalóides e/ou colóides, e o Cell Saved, onde o sangue coletado na cavidade durante a cirurgia é recolhido por uma máquina onde é filtrado e processado, ficando os hemoderivados disponíveis para reinfusão no próprio paciente, quando e se necessário.
Mais do que tudo, porém, a transfusão sangüínea nada mais é que um transplante de tecido líquido, o qual é o responsável, entre outras importantes funções, pela imunidade do paciente. Desta forma, além de todos os cuidados necessários, é muito importante a lembrança deste fato, e de que reações são sempre possíveis, e se não diagnosticadas e tratadas a tempo poderão causar sérios danos ao paciente, inclusive sua morte, motivo pelo qual uma transfusão não é uma ação simples, e nunca pode ser feita sem supervisão adequada.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Cabo Verde: Testemunhas de Jeová sensibilizam médicos para alternativas à transfusão do sangue
Cabo Verde: Testemunhas de Jeová sensibilizam médicos para alternativas à transfusão do sangue
Vila da Ribeira Grande, 10 Mai. (Inforpress) – O director do departamento de informação hospitalar para tratamentos alternativos às transfusões de sangue da Associação das Testemunhas de Jeová, de Portugal, Pedro Candeias, está satisfeito com o acolhimento manifestado por médicos cabo-verdianos às alternativas.
Durante a sua estada em Cabo Verde, Pedro Candeias manteve contactos com médicos na cidade da Praia e na cidade do Mindelo e manifestou-se satisfeito, também, por constatar que a legislação cabo-verdiana permite o direito de escolha de tratamento médico que não colida com a consciência de cada paciente.
Essa legislação permite que as Testemunhas de Jeová, enquanto objectores de consciência no tocante às transfusões sanguíneas, tenham a possibilidade de escolher um tratamento alternativo à transfusão, em caso de necessidade.
Pedro Candeias disse à Inforpress que as Testemunhas de Jeová não acreditam em curas pela fé (milagres) razão porque só procuram a cura nos hospitais, mas precisam de garantias de que lhes não serão ministradas transfusões de sangue, prática condenada pela bíblia, de acordo com a sua interpretação do “livro sagrado”.
É que, de acordo com Pedro Candeias, existem tratamentos alternativos que, mesmo não substituindo o sangue, podem, contudo, cumprir o objectivo procurado, por exemplo, durante as intervenções cirúrgicas.
Fonte: Noticias.sapo.cv
10 de Maio de 2010, 09:56
PGE aprova direito à recusa de transfusão por Testemunhas de Jeová
PGE aprova direito à recusa de transfusão por Testemunhas de Jeová
May.17, 2010 in Noticias
A Procuradoria Geral do Estado (PGE) aprovou o parecer jurídico do advogado Luís Roberto Barroso, que considera legítimo o direito à recusa de transfusão de sangue por parte de testemunhas de Jeová — desde que sejam maiores e estejam plenamente conscientes. A decisão serve de parâmetro para os médicos de todos os hospitais da rede estadual.
O parecer foi pedido pela procuradora Lúcia Léa Guimarães a partir de uma consulta feita pela Uerj sobre o desejo de uma paciente, de 22 anos, internada no Hospital Pedro Ernesto. Ele foi aprovado na semana passada.
De acordo com o subprocurador Rodrigo Mascarenhas, a Casa Civil deve propor uma ação direta de inconstitucionalidade (adin) ao Supremo Tribunal Federal:
— Como o parecer não é lei, mas uma interpretação de lei, o médico não fica isento do risco de processo, já que a resolução do Cremerj (contrária ao parecer) continua valendo. O Supremo diria se ele é constitucional ou não.
Testemunhas de Jeová lançaram o Evangelho em DVD com a tradução em língua de sinais russa para os surdos e deficientes auditivos
Marco na vida cultural e religiosa dos surdos na Rússia, 16 de julho de 2010. “???????-Credo.Ru” . Na mesma reunião, cerimonial em St. Petersburg, na qual participaram mais de 3.000 surdos e deficientes auditivos crentes de todo o país, anunciou o lançamento do primeiro Evangelho em língua de sinais, o correspondente do “Portal-Credo.Ru” .
Durante a apresentação foi mostrado um trecho do Evangelho de João, que fala da ressurreição de Lázaro.
Nesta reunião também foi anunciado que as Testemunhas de Jeová têm estado a trabalhar na tradução em língua de sinais do restante da Bíblia. Todos os participantes foram capazes de obter três discos de vídeo gratuitos (DVD) da gravação dos Evangelhos de João e Mateus, para exibição em dispositivos de vídeo.
As Testemunhas de Jeová transformam literatura espiritual, incluindo a Bíblia, em 43 línguas de sinais no mundo.
Fonte: Portal-Credo.Ru.
Justiça extingue ação penal contra membros da Congregação das Testemunhas de Jeová
Justiça extingue ação penal contra membros da Congregação das Testemunhas de Jeová
A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) determinou, nesta terça-feira (31/08), o trancamento da ação penal movida contra Francisco Ribeiro Rebouças Júnior e Fernando Andrade Chagas, membros da Congregação das Testemunhas de Jeová, em Fortaleza. Os dois estavam sendo acusados de impedir o contato de Sebastião Ramos de Oliveira, desassociado da Congregação, com os integrantes daquela comunidade.
Conforme denúncia do Ministério Público (MP), Sebastião Ramos de Oliveira saiu da Congregação das Testemunhas de Jeová em dezembro de 2008. Por conta disso, ele teria sido impedido por Francisco Ribeiro e Fernando Andrade, respectivamente, presidente e coordenador da congregação, de manter “convívio social e familiar” com os membros da referida entidade. Essa postura, de acordo com o MP, infringiria o art. 14 da lei nº 7.716/89, que cuida dos casos de discriminação por motivo de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
A defesa dos acusados ingressou com pedido de habeas corpus (nº 44832-87.2010.8.06.0000/0) no TJCE requerendo a extinção da ação penal instaurada, alegando ausência de justa causa. O processo tramita na 6ª Vara Criminal da Comarca de Fortaleza.
Ao julgar o caso, a 1ª Câmara Criminal decidiu, por unanimidade, conceder a ordem para trancar a ação. “Não vislumbro, na escusa ao trato cotidiano, qualquer forma de discriminação, impedimento ou obstacularização. Há, sim, uma escolha por adeptos de credo religioso que, errado ou certo, apregoam a indiferença diante daqueles que, antes irmanados, abandonaram a crença, o que lhes parece lógico, pois resultante de interpretação da Bíblia Sagrada”, afirmou o relator do processo, desembargador Francisco Pedrosa Teixeira.
O relator finalizou: “Gostemos ou não, isso faz parte da liberdade de culto, sacramentada constitucionalmente. Levar a conduta ao patamar de ilicitude penal me parece demasiado. Ressalte-se que a vítima, em nenhum momento do inquisitório, acusou os pacientes, preferindo generalizar, afirmando que a discriminação era incentivada pelos dirigentes da aludida religião em todo o país. Se assim é, que seja acionada toda a comunidade eclesial!”.
Fonte: www.tjce.jus.br
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Descoberta sanguessuga que vive em narinas humanas na Amazônia
Descoberta sanguessuga que vive
em narinas humanas na Amazônia
Exemplar foi achado em menina peruana; espécie existiria há 200 mil anos.
Cientistas anunciaram a descoberta de uma nova espécie de sanguessuga que tem a tendência de viver em narinas humanas.
Segundo os pesquisadores, ela pode entrar nos orifícios do corpo de pessoas e animais e aderir às membranas mucosas.
Eles deram à nova espécie o nome de Tyrannobdella rex, que significa "sanguessuga rainha tirana".
A criatura, que vive em áreas remotas do alto Amazonas, foi descoberta em 2007, no Peru, quando uma espécie foi retirada do nariz de uma menina que tinha se banhado em um rio.
Renzo Arauco-Brown, da Escola de Medicina da Universidade Cayetano Heredia, em Lima, extraiu a sanguessuga do nariz da garota e enviou a amostra para um zoólogo nos Estados Unidos.
Mark Siddall, do Museu Americano de História Natural, em Nova York, reconheceu rapidamente que se tratava de uma nova espécie. Segundo ele, a criatura tinha algumas características muito incomuns, como uma única mandíbula, oito dentes grandes e genitália minúscula.
A líder do estudo, Anna Phillips, uma universitária ligada ao museu, disse: "Nós achamos que a Tyrannobdella rex é parente próximo de outra sanguessuga que entra na boca de gado no México."
Uma análise de DNA revelou também uma "relação evolucionária" entre sanguessugas que vivem em regiões distantes. Isso sugere a existência de um ancestral comum, que pode ter vivido quando os continentes estavam unidos em uma única extensão de terra chamada Pangaea.
Siddall explicou: "As espécies mais antigas dessa família de sanguessugas compartilhavam a Terra com os dinossauros, há cerca de 200 milhões de anos."
"Alguns ancestrais do nosso T. rex podem ter vivido no nariz de outro T. rex", afirmou, em uma referência o dinossauro Tiranossauro rex.
A pesquisa foi divulgada na revista científica online "PLoS One".
Os cientistas acreditam que podem existir até 10 mil espécies de sanguessuga. Já foram descobertas entre 600 e 700.
Fonte: G1 Ciência e Saúde
Lagarto de duas cabeças
Lagarto de duas cabeças é encontrado na Austrália, diz jornal
Bicho tem seis patas e consegue comer com as duas bocas.
O problema é que a cabeça maior tende a atacar a menor.
Um lagarto da espécie shingleback (Tiliqua rugosa) com duas cabeças foi resgatado na cidade de Coogee, nas proximidades de Sidney, na Austrália. A informação foi publicada nesta quinta-feira (22) pelo site do jornal "Metro" do Reino Unido.
O réptil, cuja espécie é conhecida por ter o rabo curto, foi encontrado por funcionários de um parque especializado em répteis e já ganhou uma moradia permanente no local.
Segundo o jornal, o lagarto não tem apenas duas cabeças, mas também um par de pernas ao lado de cada cabeça, e ainda é capaz de comer com as duas bocas.
O lado negativo de ter duas cabeças é que é difícil se mover. Além disso, a cabeça maior tende a atacar a menor, informa o "Metro".
Do G1, em São Paulo
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