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sexta-feira, 23 de abril de 2010
Fone para denunciar pedofilia do clero alemão tem 2.670
Fone para denunciar pedofilia do clero alemão tem 2.670 ligações numa semana
Representante da igreja diz ter ficado 'surpreso' com volume de consultas.
Objetivo é reconquistar a confiança dos fiéis após os recentes escândalos
Um disque-denúncia na Alemanha para denúncias de abuso sexual supostamente praticado por clérigos recebey 2.670 ligações em uma semana, segundo a Igreja Católica local.
Cerca de 13.293 pessoas tentaram ligar para o serviço ao longo da primeira semana, mas apenas 2.670 conseguiram entrar em contato com os 11 conselheiros que estavam em serviço, informaram representantes da igreja.
"Não esperávamos tantas ligações", disse Stephan Kronenburg, porta-voz da diocese de Trier onde o centro de controle do atendimento está localizado. "Tem sido bem recebido. Muitos que ligaram disseram estar gratos por isso."
No primeiro dia, o disque-denúncia recebeu 4.459 ligações mas os atendentes, que trabalham em turnos de quatro horas, só conseguiram atender 162 telefonemas, e o serviço teve de interromper suas atividades temporariamente. Além dos 11 conselheiros atendendo as ligações, sete estavam disponíveis para responder às perguntas online.
Das 2.670 ligações feitas na primeira semana, foram realizadas 394 consultas telefônicas sobre assuntos de abuso que duraram desde alguns minutos até uma hora, e 91 atendimentos on-line.
Kronenburg disse que a maioria das pessoas que ligaram eram vítimas de abuso ou parentes das vítimas.
Andreas Zimmer, diretor dos serviços de atendimento, disse que muitas das pessoas estavam rompendo com um silêncio mantido há muito tempo.
"Essa é a primeira vez que eles quiseram falar sobre o abuso, porque as memórias e as experiências de violência são muitas vezes deslocadas", disse Zimmer a uma rádio local.
Na equipe de atendimento estão psicólogos e assistentes sociais treinados na área de abuso e trauma, e oferecem conselhos às vítimas e as encaminham para receberem assistência local.
O serviço não foi criado para investigar crimes de abuso sexual mas os atendentes podem indicar as vítimas para as autoridades se eles quiserem entrar com uma reclamação oficial.
A iniciativa é parte do esforço da Igreja para trazer à tona a questão de abuso e reconquistar a confiança depois do grande número de alegações de abusos físico e sexual cometidos por padres na Alemanha, muitos dos quais aconteceram em internatos católicos desde décadas atrás.
Da Reuters, em Berlim
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo
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