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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Radioterapia guiada por imagem
A Radioterapia Guiada por Imagem (IGRT), possibilita a localização exata dos tumores.
Utilizada em diversos casos de câncer, a radioterapia passou a ser aplicada depois da descoberta do raio X, no final do século XIX. O primeiro tipo de radioterapia, chamado convencional, utilizava radiografias para estimar a área do tumor. Depois começou a se utilizar a radiografia tridimensional, que permitia planejar as irradiações a partir de tomografia e ressonância magnética. Daí em diante surgiram as técnicas de liberação de doses de radiação, como o IMRT, que permitem tratamento mais preciso.
Dose precisa
A grande vantagem do IGRT é proporcionar ao paciente a dose precisa da radiação no tumor sem atingir as células saudáveis dos órgãos ao redor
“Ao enviar radiação para áreas além do tumor encontramos dois problemas: não se trata a doença e se atinge áreas saudáveis, o que pode trazer consequências graves em órgãos que não resistem bem à radiação, como o rim e o pulmão”, explica dr. Robson Ferrigno, radioterapeuta do HIAE.
Com a Radioterapia Guiada por Imagem é possível diminuir a extensão da radiação liberada para concentrá-la mais na área do tumor e, dessa forma, aumentar as doses possibilitando melhor controle da doença.
Essa recente evolução da radioterapia é uma técnica que permite melhor posicionamento do paciente para que os médicos possam atingir o tumor com alta precisão, acompanhando inclusive os movimentos da respiração. A técnica é aplicada junto a outras, como a de liberação de doses, chamada IMRT ou radioterapia com intensidade modulada de feixe, que permite a irradiação em maior ou menor quantidade.
O IGRT possibilita maior dose de radiação por dia, justamente por oferecer menos efeitos colaterais que os demais tratamentos. O método adotado atualmente pelo setor de radioterapia do HIAE consiste em 6 a 8 aplicações em dias alternados. “Estamos adotando esse esquema para casos de tumor no pulmão e no fígado”, afirma o dr. Ferrigno.
Há casos em que se pode utilizar dose única de radiação por meio do IGRT, desde que o tumor esteja em localização segura, longe de órgãos sensíveis, como a medula óssea. E há outros casos em que é necessário utilizar a radiação guiada por imagem em diversas aplicações. “Tudo depende da avaliação clínica, que leva em consideração a localização do tumor e as condições do paciente”, ressalta o radioterapeuta.
Principais indicações
Os principais tipos de tumor tratados com a radioterapia guiada por imagem são os de pulmão, fígado, coluna, intra-abdominais, intrapélvicos e próstata. Deve-se considerar, antes da indicação do IGRT o tamanho do tumor, sua localização, características e se é benigno ou maligno.
O tratamento é totalmente indolor e em 90% dos casos não apresenta efeitos colaterais. Nos demais casos, náuseas e febre sentidas no dia da aplicação são sintomas que podem facilmente ser controlados com medicamentos.
Física a serviço da medicina
Para chegar à tecnologia guiada por imagem foi utilizado o princípio da física que estabelece o alvo a partir do cruzamento de duas coordenadas. No caso da física médica aplicada no IGRT, as coordenadas são estabelecidas pelos raios infravermelhos e o alvo é o tumor.
Com o paciente deitado, são coladas pequenas bolinhas – menores que as de gude – em seu abdome. Chamadas de body markers (literalmente marcadores corporais), elas refletem raios infravermelhos. Com o reflexo dos raios é possível visualizar as bolinhas em um monitor. A partir daí, tem-se a reconstrução digital do interior do corpo do paciente e é possível ver localização e forma exatas do tumor.
“Os body markers se movimentam conforme a respiração do paciente. Essa movimentação é refletida pelos raios infravermelhos, o que garante maior precisão na hora de liberar a radiação e que essa seja certeira no tumor”, explica José Carlos da Cruz, físico e coordenador da Física Médica do HIAE.
Antes da irradiação são feitos dois raios X em tempo real. Essas imagens são sobrepostas e comparadas com uma tomografia que o paciente realiza antes de iniciar o tratamento. Então o ponto exato do tumor é visto no monitor. Com essa tecnologia, a margem de erro é menor que três milímetros.
Fonte: http://www.einstein.br
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