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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Ressonância magnética ajuda mulheres com alto risco de desenvolver câncer de mama
Para mulheres com alto risco de câncer de mama devido a mutações genéticas ou histórico familiar, exames anuais de ressonância magnética, além de mamografias e exames de mama, podem salvar vidas, conforme descobriu um novo estudo.
O estudo, o primeiro a medir a sobrevivência num grande número de mulheres em alto risco que passaram por ressonância magnética, descobriu que, depois de seis anos de acompanhamento, 93% das portadoras de mutação com câncer ainda estavam vivas, em comparação a 74% das que estavam vivas em cinco anos em estudos anteriores.
No novo estudo, todas as mulheres em alto risco devido ao histórico familiar ainda estavam vivas após seis anos.
Especialistas começaram, há muitos anos, a recomendar exames anuais de ressonância magnética, além de mamografias, para mulheres em alto risco, pois esse exame é melhor para descobrir tumores.
As mamografias ainda detectam alguns tipos de câncer que a ressonância não detecta, então mulheres em alto risco geralmente são aconselhadas a fazer ambos os exames.
Mas até agora os pesquisadores não sabiam se a combinação de ambos os exames salvava vidas.
“Sempre deduzimos que, se detectarmos o câncer cedo, os pacientes se saem melhor”, disse a Dr.
Maxine Jochelson, diretor de exames de imagem do centro de mama e imagens do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, em Manhattan (ela não esteve envolvida no estudo).
“Este é o primeiro estudo que realmente contou com um grande número de mulheres e mostrou que, se detectarmos a doença cedo, isso se traduz, sim, em resultados melhores”.
As descobertas podem oferecer uma prorrogação a mulheres com alto risco que achavam que ter os seios removidos preventivamente era a única forma de evitar o câncer e salvar suas vidas.
Mais mulheres também podem estar dispostas a realizar testes para mutações, já que pode haver uma forma menos drástica de lidar com elas.
“Com exames cuidadosos de ressonância magnética, exames clínicos da mama e mamografias, todas as mulheres em alto risco de desenvolvimento de câncer de mama podem tomar uma decisão racional para não se submeterem a uma mastectomia profilática como intervenção de redução de risco”, afirmou o Dr.
Andrew D.
Seidman, especialista em câncer de mama do Memorial Sloan-Kettering, que não esteve envolvido no estudo.
Mas até mesmo exames cuidadosos podem não proteger tão bem quanto a cirurgia preventiva: quatro mulheres no estudo, todas com mutações BRCA, morreram de câncer de mama.
Exames de mama por ressonância magnética não são recomendados para a maioria das mulheres, que possuem apenas um risco médio de desenvolver câncer de mama, pois os exames encontram muitas possíveis anormalidades e levam a exames e biópsias repetidas para elementos que podem ser inofensivos.
Mesmo neste estudo com mulheres em alto risco, cerca de 10% das descobertas suspeitas de exames de ressonância magnética eram falsos positivos.
O novo estudo, publicado online no “The Journal of Clinical Oncology”, envolveu 2.157 mulheres em alto risco na Holanda.
Algumas tinham mutações em genes, chamadas de BRCA1 ou BRCA2, que produzem um risco de desenvolver câncer de mama ao longo da vida de 50% a 85%.
Outras tinham riscos de 15% a 50% com base no histórico familiar (o risco de uma mulher típica é de 12,2%).
A pesquisa foi conduzida pelo Dr.
Jan G.M.
Klijn, professor emérito de oncologia média da Universidade Erasmus, em Roterdã.
Klijn e Seidman disseram que pode valer a pena considerar se mulheres em alto risco devem se submeter a uma ressonância magnética duas vezes por ano.
Mas esse exame é caro – de US$ 2 mil a mais de US$ 6 mil.
Uma fraqueza do estudo é que não ouve grupo controle.
Todas as mulheres fizeram exames de ressonância magnética, então os pesquisadores tiveram de usar um método menos confiável, comparando seus resultados com estudos anteriores com mulheres que não fizeram esse exame.
Criar um grupo controle não seria ético, pois as mulheres tinham alto risco de desenvolver a doença e havia motivo para crer que a ressonância as ajudaria.
Uma descoberta impressionante foi que, em mulheres com mutação BRCA1, a ressonância magnética foi muito melhor que mamografia: a ressonância descobriu 66,7% de casos de câncer no grupo de mulheres, mas a mamografia descobriu apenas 25%.
“A diferença é grande, maior do que eu esperava”, disse a Dra.
Linda Moy, especialista em exames de imagem de mama do New York University Langone Medical Center.
Moy disse que as novas descobertas enfatizam a necessidade de acompanhar de perto as portadoras de mutação através de exames de ressonância magnética.
Fonte:
© 2010 New York Times News Service
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