sexta-feira, 5 de junho de 2009

Objetivo principal da Radiologia


A Radiologia tem como objetivo principal auxiliar o médico a estabelecer o diagnóstico, de forma precisa e rápida, utilizando imagens. Até poucos anos atrás, a preocupação do estudante de medicina era simplesmente aprender um pouco sobre radiografia de tórax, abdome agudo e fraturas, para a eventualidade de, depois de formado, ficar sozinho numa cidadezinha do interior.

Nos últimos anos, principalmente a evolução da informática mudou completamente a prática médica e isto ficou muito claro na radiologia. O número de métodos de investigação novos cresceu muito e as escolas médicas não conseguiram acompanhar essa evolução.

Até mesmo os especialistas têm muita dificuldade em saber qual método é o melhor em cada situação. Mais grave que isto, muitos médicos não entendem nem o que vem escrito no laudo e a maioria, infelizmente, não

consegue ter um espírito crítico para saber se o exame trazido pelo paciente foi adequado e respondeu ou não suas dúvidas.

O médico perdeu suas âncoras, ficando à deriva, sendo levado pela correnteza da tecnologia ou da sofisticação,

às vezes acertando, mas muitas outras errando grosseiramente, apesar de lançar não das últimas novidades tecnológicas e de levar instituições e pacientes à falência.

A primeira pergunta a ser respondida é: preciso pedir um exame? Por que se pede um exame?

Não para “ver o que está acontecendo”, mas para tomar uma decisão ou estabelecer um prognóstico. Caso contrário, por mais preciso que seja, o exame é desnecessário e só traz ônus e riscos para o paciente.

Uma vez decidido que um exame de imagem é necessário, devemos definir qual o melhor método. Podemos utilizar a radiografias (simples ou contrastadas), ultra-sonografia (US), tomografia computadorizada (TC) e

Ressonância magnética (RM), além de outras técnicas como a medicina nuclear (PET e SPECT). A decisão é complexa e vários fatores devem ser considerados.

O mais importante, sem dúvida, é a sensibilidade, pois se o método não for sensível para estudar determinada região do corpo, dificilmente será útil. Mas, além da sensibilidade, é importante levar em consideração: o tipo

de decisão a ser tomada (ex. tratamento clínico x cirúrgico), as condições do paciente, a disponibilidade do exame, o custo, etc.

Embora os métodos de imagem sejam muito diferentes entre si, todos seguem o mesmo o princípio básico: alguma forma de energia interage com o corpo humano e depois é colhida por um filme ou por sensores e transformada

numa imagem (luz), visível ao olho humano e, portanto, passível de análise. Por isto, os métodos de imagem reproduzem, de forma geral, a anatomia, servindo assim para o diagnóstico das alterações morfológicas e menos das funcionais (embora este conceito também esteja mudando).

Aprender radiologia não é decorar um monte de figurinhas (banco de dados mental tipo “uma doença uma figura”), pois cada doença pode apresentar-se de inúmeras formas, que se sobrepõem.

A análise das imagens é parecida com a microscópica da anatomia-patológica, só que obtida ”in vivo”. Ou

seja, nós procuramos entender o processo patológico que está envolvendo determinado órgão ou região do corpo humano e, juntando com a clínica, definir quais são as doenças, que mais provavelmente, podem causar esta alteração neste determinado paciente.

Durante o curso vamos tentar apresentar a forma mais adequada de investigar os problemas mais comuns em cada região do corpo humano. Não vai ser possível aprender a técnica de interpretação das imagens, porque isto

Necessitaria um treinamento específico e demorado (você não sai da

neurocirurgia pronto para operar um tumor cerebral, nem da gastroenterologia apto a fazer uma endoscopia, p.ex.).

No começo, ao analisar as imagens você vai ficar decepcionado, achando que “tudo parece com tudo” e que o professor não quer ensinar “o caminho das pedras”. Calma! Lembre que mesmo coisas simples como dirigir ou andar de bicicleta exigiram de você um longo treinamento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário