terça-feira, 9 de junho de 2009

A síndrome do coração partido pode ser precipitada por exames cardiológicos de rotina, dizem pesquisadores

A síndrome (conjunto de sinais e sintomas) do coração partido tem despertado um grande interesse dentro da comunidade médica, em especial, entre os cardiologistas.Descrita inicialmente na população japonesa, esta síndrome afeta tipicamente mulheres menopausadas, muitas delas idosas, cursando com dor no peito e alterações do eletrocardiograma que são típicas de um infarto do miocárdio (ataque cardíaco).

Os sintomas da síndrome costumam aparecer após uma situação de estresse emocional.No entanto, a síndrome do coração partido também pode ser precipitada após exames cardiológicos de rotina, que envolvam uma liberação excessiva do neurotransmissor adrenalina. Essa é a constatação dos pesquisadores da Universidade Johns Hopkins.

Nove pacientes desenvolveram a síndrome coração partido após a administração intravenosa de dobutamina ou adrenalina, durante o exame de ecocardiograma de estresse.Os resultados desta casuística fornecem provas de que o estresse emocional ou físico sobre o coração, levando a uma estimulação simpática excessiva (com liberação de grandes quantidades de adrenalina) é a causa da síndrome do coração partido.

Esta síndrome, descrita pela primeira vez no japão em 1991, causa uma disfunção cardíaca intensa, mas reversível, com características clínicas que lembram um ataque cardíaco.A síndrome do coração partido caracteriza-se por uma leve elevação das enzimas cardíacas, na ausência de doença coronariana obstrutiva (obstrução das artérias por placas de gordura).

Outra característica da síndrome é que no ecocardiograma (ultrassom do coração) ou na ventriculografia (uma parte do exame de cateterismo cardíaco), a parte inferior (apical) do coração não se contrai , dando a impressão que este está cortado ou partido a partir desse ponto.

O Dr.Illan S. Wittstein avaliou 143 casos da síndrome do coração partido que ocorreram na Universidade Johns Hopkins entre 2001 e 2008, e constatou que 6,3% dos casos ocorreram imediatamente após a administração intravenosa adrenalina ou dobutamina durante o exame de ecocardiograma de estresse.

Fonte:JACC(2009).

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